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Seleção resume CBF que gera insegurança do técnico ao chefe da arbitragem

Pode trazer Guardiola ou Ancelotti e não vai acontecer nada. A crise da seleção passa pelas escolhas técnicas e táticas de Dorival Júnior, pela falta de brilho de Vinicius Júnior e Rodrygo, pela ausência de milagres de Alisson, mas sobretudo pela insegurança de quem trabalha em qualquer sala do edifício da Barra da Tijuca, sede da CBF.

Com toda a estrutura montada na estadia para a Copa América, o presidente Ednaldo Rodrigues decidiu desautorizar o que havia sido decidido. Apenas um símbolo.

No programa De Primeira, do Uol, os repórteres André Hernan e Igor Siqueira confirmaram que a chefia da arbitragem está sendo ocupada, interinamente, pelo ex-assistente Émerson Augusto de Carvalho. O presidente da comissão, Wilson Luiz Seneme, afastou-se oficialmente para realizar exames, mas não esteve presente às últimas reuniões de avaliação dos árbitros. Nos bastidores, nos clubes, mais do que na Barra da Tijuca, comenta-se seu esgotamento.

Ednaldo Rodrigues, o presidente, fala em autonomia para todos os setores. Na prática, não há. Procuram-se inimigos atrás de cada porta, em cada rodapé.

A insegurança está estampada na frase de Dorival Júnior, que virou piada e não deveria ser. Ao garantir presença na final da Copa do Mundo de 2026, Dorival revela a insegurança que passa por sua personalidade, mas nasce em seu ambiente de trabalho. Se o treinador estiver inseguro, os jogadores notarão. Percebem.

É óbvio que a crise técnica passa por Dorival Júnior, pela incapacidade do meio-de-campo construir o jogo, de os atacantes se isolarem um em cada lado do gramado. Ninguém é inocente na crise, mas o diagnóstico é de que ela não nasce no campo de jogo. Está no ambiente de trabalho.

Enquanto for assim, pode trocar Dorival Júnior por Jurgen Klopp, Abel Ferreira, Carlo Ancelotti ou Pep Guardiola. Não vai melhorar nem o desempenho da seleção, nem a arbitragem. É quase a versão do título de um velho filme de Woody Allen. A seleção está nervosa.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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