A difícil relação entre expectativa e realidade na seleção brasileira
É curioso perceber nas críticas à seleção brasileira, antes e depois dos jogos, a antítese entre a expectativa e a realidade.
Antes dos jogos, cogita-se repescagem. Depois, critica-se a atuação.
Não parecia a este blog, antes de enfrentar o Chile, que haveria favoritismo brasileiro.
Exatamente porque se sabe que o time não está montado, estava desfalcado e não há trabalho sério da CBF há dois anos, apesar dos esforços de Dorival Júnior numa CBF que não dá autonomia a nenhum diretor ou treinador.
Então, por que o desapontamento?
Alguém, a sério, esperava um espetáculo do Manchester City em Chile 1 x 2 Brasil? Óbvio que não.
Talvez, a baixa expectativa permita observar a evolução que certamente houve entre os jogos contra Equador e Paraguai e a vitória em Santiago.
Os primeiros vinte minutos foram trágicos, mas o time conseguiu reagir. Não virava uma partida havia três anos. E virou.
É um ponto positivo, embora aqui se fale só do resultado.
A bola circulou bem, com passes pelo chão, na defesa e no meio de campo. Boa saída de jogo, depois das falhas de Abner, Danilo e Éderson no primeiro gol. Não deu mais susto, depois do chute de longa distância de Osorio, aos 8 minutos. O Chile finalizou outras cinco vezes, mas não ameaçou concretamente.
O Brasil também não. Só chutou três vezes no alvo e este é ainda um problema.
Mas a bola parou no meio de campo e, com 68% de posse e 94% de acerto de passes, o controle da partida passou a ser brasileiro.
O jogo é insosso, mas controlado. Muito melhor do que contra o Paraguai e mesmo do que a vitória sobre o Equador. Mesmo que nos últimos três jogos o número de chutes na meta seja idêntico (3), a seleção se aproximou mais.
Foi positiva a estreia de Igor Jesus, criticada antes da partida. Boa a troca de Savinho por Luiz Henrique. O botafoguense entrou com o mérito de ver o que estava acontecendo.
Este parece ser o ponto a se enxergar. Tem trabalho, muito trabalho, para transformar um grupo de bons jogadores numa equipe competitiva.
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OLHAR APURADO
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Quero receberAinda não é. Porque se sabe disso é que ninguém deve ter grande expectativa. É mais fácil analisar com clareza quando se parte do realismo. Duro é achar que tudo está perdido antes do jogo e, ainda assim, demonstrar espanto com o que já se sabia que seria visto.
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