Crise política do Corinthians pode precipitar saída de CEO Fred Luz
Uma sucessão de acontecimentos dentro da vida política do Corinthians pode precipitar o fim do acordo entre Corinthians e Alvares & Marsall e, consequentemente, a saída do CEO Fred Luz, que chegou ao clube em julho. Em 24 de outubro, já se havia adiado em um mês o prazo para o clube decidir se aceita ou não o plano de recuperação financeira feita por Luz e Alvarez & Marsall. Agora, o que pode acontecer é um rompimento bilateral ou apenas a saída do representante da consultoria.
Há símbolos deste processo de desgaste da relação recém-iniciada. Romeu Tuma Junior, presidente do Conselho Deliberativo, é hoje uma espécie de Arthur Lira do Parque São Jorge, que permite ou dificulta a governança e o trabalho do presidente.
Augusto Melo, o presidente, por vezes vira refém desta relação de poderes do Corinthians e também segue assessorado por gente que já se envolveu em polêmicas neste ano, como o diretor-administrativo Marcelo Mariano.
A comissão de Justiça do Conselho Deliberativo já recomendou o rompimento do contrato. O entrave não está aí. Fred Luz sempre referendou a participação de Augusto Melo, como avalista do acerto com a Alvarez & Marsall. Hoje, a relação está diferente.
Sem ser um fator decisivo, todos na consultora entenderam que o papel de Augusto Melo foi péssimo no recente episódio do aumento do preço dos ingressos para Corinthians x Flamengo, pela Copa do Brasil. O presidente participou de todas as reuniões e, no retorno da viagem, disse não ter conhecimento de nada. Acatou, assim, uma cobrança da torcida uniformizada para que não houvesse o aumento.
Apenas um símbolo do desgaste, não a razão dele.
O problema é que a divisão de poderes no Corinthians dá a impressão de que não se está remando na mesma direção. Facções diferentes, interesses diferentes tornam impossível o plano de recuperação financeira. Se não é possível realizar o plano, não há sentido a presença do CEO. Este é o entrave.
Não há tempo determinado para a resolução, mas o dia 24 de novembro é base, data para se decidir acatar ou não o plano de recuperação. Dentro e fora do Parque São Jorge, afirma-se que o Corinthians só tem duas soluções: 1. tornar-se SAF; 2. recuperação judicial. Pelo plano da consultoria, seria possível fugir destas duas hipóteses, desde que com negociações sérias com todos os credores.
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