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Allianz Parque, dez anos! O estádio que mudou a paisagem do futebol

Se orgulho fosse sólido, todo palmeirense o ergueria sobre a cabeça, como um troféu, na noite de 19 de novembro de 2014. Verdade que os dois gols do Sport, no final daquela noite, diminuíram a euforia e aumentaram a angústia de um povo sofrido havia 14 anos.

Aquele Palmeiras 0 x 2 Sport na inauguração do Allianz serve hoje apenas como símbolo de como o Allianz Parque mudou a paisagem. Não da zona oeste de São Paulo apenas, mas de todo o futebol brasileiro.

Luiz Gonzaga Belluzzo, o homem da assinatura da escritura, presidente que iniciou a obra e ouviu críticas pesadas por demolir o velho Parque Antarctica, sempre disse que a arena tinha potencial transformador.

Há dez anos, o Corinthians era o mais poderoso clube do Brasil, rivalizava com Cruzeiro e Fluminense pelos títulos brasileiros. A Neo Química Arena teve efeito contrário. Não que isto não possa se inverter, mas este é o cenário nos aniversários de dez anos, de Itaquera em 18 de maio, do Allianz nesta terça-feira (19).

Em dez anos, o Palmeiras conquistou duas Libertadores, quatro Campeonatos Brasileiros, duas Copas do Brasil, quatro estaduais, uma Supercopa do Brasil, uma Recopa Sul-Americana. Nada mal para um clube com um estadual e uma Copa do Brasil entre a saída da Parmalat e a inauguração de sua nova casa.

Nem tão nova. A história do Parque Antarctica é belíssima. O primeiro jogo oficial de campeonato no Brasil, abertura do Paulista de 1902, aconteceu no parque mantido pela Companhia Antarctica Paulista, adquirido pelo Palestra Itália em 27 de abril de 1920, mesma época em que a empresa de bebidas se mudava para a Alameda Bavária, atual avenida Presidente Wilson, na Mooca.

O Palestra mudou seu nome para Palmeiras, o Parque Antarctica se tornou Jardim Suspenso na reforma de 1964, e engrandeceu com o Allianz Parque desde 1914. Nunca deixou de ser a casa palmeirense, nem uma das mais importantes do futebol brasileiro.

Nestes últimos dez anos, o futebol do Brasil mudou tanto, os hábitos se transformaram a ponto de até a cerveja mais consumida do país ter embalagem verde. No caso palmeirense, a média de público saltou de 13 mil para 34 mil por partida. O recorde alcançou 41.713, em Palmeiras 2 x 1 Corinthians, em 2023, Paul McCartney se apresentou por dez vezes no estádio e levou 55 mil espectadores.

Na época da reforma, discutia-se como ter um estádio de tão grande porte numa região antes de sobrados. Hoje, dominada pelas construtoras, grandes condomínios e dois shoppings centers ao redor. Não é o Allianz Parque que muda o perfil da região, mas os arranha-céus.

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O estádio está lá desde o final do século 19, primeiro mantido pela cervejaria, há cem anos pelo Palmeiras. Chama-se Parque Antarctica, construído na velha avenida Água Branca, cujo nome mudou para Francisco Matarazzo em 1950. Está lá o Allianz Parque. Há dez anos, mudando o rosto da cidade e do futebol do Brasil.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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