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Palmeiras x Botafogo, armas e defeitos dos candidatos ao título brasileiro

O técnico do Botafogo, Artur Jorge, refuta a ideia de que está apostando no chuveirinho. Esqueça o apelido para a sequência de cruzamentos. O segundo colocado do Brasileirão cruzou 153 vezes nos últimos três jogos, média de 51 por partida. Questionado sobre o excesso, o treinador português diz que "chuveirinho", em Portugal, é o lançamento longo para a grande área, para ganhar 50 a 60 metros de campo.

Fato é que o Botafogo cruzou 153 vezes para a grande área na soma das partidas contra Cuiabá, Atlético e Vitória. Nos 32 jogos anteriores, a média era de 21 por jogo. O Palmeiras cruza mais, em média, mas não com o abuso. O Palmeiras cruzou mais de 30 vezes em 11 partidas, só uma mais de 50: contra o Vitória.

Cruzar não é doença. O excesso, um defeito. Denota a dificuldade de entrar na defesa contrária com tabelas, sejam pelos lados ou pelo meio. O Botafogo não tinha esta dificuldade. Está mais marcado, com menos capacidade de executar seu próprio repertório.

Se Artur Jorge foi questionado sobre o excesso de cruzamentos, Abel Ferreira acusou a falta de precisão. Contra o Grêmio, 35 finalizações, 17 no alvo, apenas um gol. Contra o Botafogo, pela Libertadores, 24 chutes, sete na meta, só dois gols. No ano passado, contra o Botafogo, 17 finalizações, nenhum gol.

Palmeiras x Botafogo tem jeito de decisão e pode mesmo definir o campeão brasileiro, mas o empate talvez recoloque na briga o Internacional, o Flamengo ou o Fortaleza. O cardápio pode ter o Palmeiras afogando o rival em seu campo, mas Abel pode atrasar a marcação e sair com bola tocada, sem pressa. O Botafogo, neste caso, precisará ter a bola,

Não teve nem na vitória do Brasileirão 2023 (43%) nem na Libertadores 2024 (37%). Também não finalizou mais em nenhuma das duas ocasiões, mas obrigou o Palmeiras a cruzar 48 vezes no confronto das oitavas-de-final, em agosto.

É provável que o Palmeiras condicione o jogo, se subir a marcação nos primeiros 20 minutos, para tentar fazer 1 x 0. Mas Abel pode ser mais precavido, obrigar o Botafogo a encontrar espaço onde não haverá e, neste caso, insistir em cruzamentos. Será um intenso jogo de estratégias, em que vencerá quem se adaptar mais às mudanças e alternâncias da partida.

Talvez seja, até, quem cruzar mais. Quem sabe?

PALMEIRAS x BOTAFOGO

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Terça-feira, Allianz Parque, 21h30

ANÁLISE - O Palmeiras não jogou bem os dois últimos jogos e o Botafogo se tornou o rei dos cruzamentos. O Palmeiras está em melhor momento, mas precisa de atenção por estar jogando contra o melhor time do campeonato.

PALMEIRAS - Problemas - Bruno Rodrigues (machucado), Piquerez (machucado) - Time provável (4-2-3-1) - Wéverton, Marcos Rocha, Vítor Reis, Gustavo Gómez e Caio Paulista; Aníbal Moreno e Richard Ríos; Estêvão, Raphael Veiga e Felipe Ânderson; Rony. Técnico: Abel Ferreira

Últimos cinco jogos - v-v-v-d-e

BOTAFOGO - Problemas - Rafael (machucado) - Time provável (4-4-2) - John, Vitinho, Bastos, Alexander Barboza e Alex Telles; Luiz Henrique, Gregore, Marlon Freitas e Almada; Savarino e Igor Jesus. Técnico: Artur Jorge

Últimos cinco jogos - e-e-e-v-d

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CURIOSIDADE - Nos dois últimos jogos no Allianz Parque, o Botafogo ganhou pelo Brasileirão 2023 e empatou por 2 a 2 na Libertadores 2024.

RETROSPECTO - No Allianz Parque, quatro vitórias do Palmeiras, um empate e uma vitória do Botafogo.

PALPITE - Palmeiras

ARBITRAGEM - Wilton Pereira Sampaio (GO)

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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