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Palmeiras supera São Paulo em pesquisa de torcida e disputa já dura 33 anos

A pesquisa DataFolha recoloca o Palmeiras na posição de terceira torcida do Brasil depois de trinta anos quase ininterruptos em quarto lugar. Houve também enquetes que colocaram o Palmeiras em terceiro, neste período, mas o movimento recente é identificado há cinco anos, desde um estudo do Ibope/Repucom, no início de 2020. O Palmeiras é a terceira torcida do país, porque ganha no interior e nas cidades onde as pesquisas não chegam. O São Paulo é maior na capital do estado de São Paulo.

A retrospectiva das pesquisas ajuda a entender o fenômeno.

A primeira pesquisa de torcidas grande e séria, no Brasil, aconteceu em 1983. A revista Placar associou-se ao Instituto Gallup, ordenou Flamengo em primeiro lugar e Corinthians, em segundo, como já se sabia, e revelou o Palmeiras à frente do Vasco, terceira torcida do país. No domingo 15 de junho de 1983, dois dias antes de a edição 682 de Placar chegar às bancas, Osmar Santos disse a seus ouvintes da rádio Globo, em São Paulo: "A revista apresenta as 15 maiores torcidas do país e você, palmeirense, vai ter uma boa surpresa."

O São Paulo tinha a sétima torcida, atrás de Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Vasco, Santos e Atlético Mineiro, no Brasil. No Estado, o São Paulo era maior do que o Santos.

Aquela pesquisa não revelava o impressionante número de não torcedores, os que não têm time e representam 20% da população brasileira. Em muitas destas enquetes, o Flamengo ficou em segundo lugar, atrás do torcedor do NINGUÉM. Mas a preferência nacional entre os que acompanham futebol.

A primeira vez em que o São Paulo apareceu em terceiro lugar no país, à frente do Palmeiras também no âmbito estadual, foi numa pesquisa do Estadão, em 1991. Havia razões para isso. A zona Sul da capital paulista mudou de perfil. O torcedor são-paulino também. É maioria absoluta do Morumbi a Parelheiros, disputa acirrada com o Corinthians, que manda na região leste da cidade.

Na década de 1980, os títulos e o trabalho do presidente Carlo Miguel Aidar, levando jogadores às escolas e escolas aos treinos rejuvenesceu o perfil são-paulino. Nada mais dos aristocráticos da década de 1980. O São Paulo é Morumbi e Paraisópolis, ao lado. É Faria Lima, mas também é Jardim Irene, onde cresceu Cafu, ao lado do Capão Redondo.

O Palmeiras seguiu forte no interior, avançou no Nordeste do país, seguiu forte no norte do Paraná e Mato Grosso do Sul, invadiu Alagoas e Pernambuco. Em 2020, em plena pandemia, o Ibope/Repucom fez pesquisa e seu idealizador, Juca Colagrossi, já identificava o avanço palmeirense.

As pesquisas são, normalmente, caronas de enquetes eleitorais. Não há um censo brasileiro de torcedores. De modo a ouvir que seu time é o Corinthians e o Londrina. Pontua-se Corinthians. CRB e Flamengo... Ponto para o Flamengo. São feitas nos grandes centros, próximos às capitais. Quando se vai a Sorocaba, Araraquara, Presidente Prudente, o perfil de torcida se transforma.

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O Datafolha revela um movimento crescente palmeirense nos grandes centros. O Palmeiras nunca deixou de ser o terceiro do país no interior. Mas o São Paulo segue tendo a segunda torcida da cidade de São Paulo. Se houver avanço pelo interior, se identificará mais palmeirenses do que são-paulinos.

Sem base científica, mas com entrevistas com os pesquisadores nos últimos trinta anos, é justo afirmar que: o Palmeiras tem a terceira torcida do país, equilibrado com o São Paulo, em quarto lugar; o São Paulo tem a terceira torcida do Estado de São Paulo, o Palmeiras, em segundo; o São Paulo tem a segunda maior torcida da capital paulista.

O DataFolha dá um sinal importante de que esta projeção, dos últimos cinco anos, está sólida.

O Flamengo, claro, tem a maior torcida do Brasil. O Corinthians, em segundo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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