No caso Cruzeiro x Palmeiras, todo mundo grita e ninguém tem razão
O governo de Minas Gerais e a Polícia Militar mineira admitiram a própria incompetência para organizar um espetáculo com duas torcidas. Ainda mais, um jogo que pode decidir o campeão brasileiro, como já aconteceu no ano passado.
O Estado de Minas Gerais pede torcida única. A CBF quer isonomia. Se houve duas torcidas no primeiro turno, deve haver duas torcidas no returno. Assim se definiu o jogo sem torcidas, um abuso.
É importante voltar a 2023 para compreender o processo de 2024.
As torcidas uniformizadas de Palmeiras e Cruzeiro têm casos de rixas gigantescas desde 1988, quando a Máfia Azul visitou o Parque Antarctica na semana seguinte ao assassinato do presidente da Mancha, Cléo Sóstenes. Os torcedores cruzeirenses gritaram: "O Cléo morreu e a Mancha se f...." A Mancha saiu do local que ocupava do outro lado do estádio para iniciar uma briga gigantesca nas arquibancadas.
Desde então, Palmeiras x Cruzeiro sempre foi jogo de risco. Foi um pouco mais arriscado no ano passado, porque o ano anterior foi de briga na estrada com a Máfia Azul atacando a Mancha Alviverde. Se, em 2024, o homicídio na Fernão Dias foi fruto da emboscada da Mancha, em 2023 o ataque foi inverso. A violência semelhante, com a diferença de que não houve morte.
O resultado foi a polícia mineira escoltar a Mancha Verde para a final do Brasileirão de 2023 desde a divisa SP-MG até o Mineirão. Não está certo o Estado despender energia neste nível. Mas foi feito, para evitar confrontos na estrada como houve em 2022. O Estado de Minas Gerais e a PM mineira garantiram a segurança com duas torcidas.
A CBF estabeleceu jogo sem torcida pela isonomia. Ou há duas torcidas nos dois turnos, ou ninguém entra no estádio. É um pecado.
Tudo está errado.
Especialmente haver torcedores foragidos. São doze presos, mas o presidente e o vice-presidente da Mancha continuam foragidos.
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