Ronaldo dá cada vez mais sinais de que quer ser presidente da CBF
As frases de Ronaldo, questionado durante o jogo despedida de Adriano, no Maracanã, dão noção de que sua candidatura está cada vez mais articulada, depende apenas do agendamento das novas eleições e da conquista das federações necessárias para montar sua chapa.
Declarações como: "O apoio vem da capacidade que a gente tem de transformar a CBF" e "se eu tiver a chance de concorrer em uma eleição justa, estarei preparado para assumir esse desafio".
Ronaldo quer. Quando usa o plural majestático, "a gente", não é por falsa modéstia, mas por saber que seu grupo de trabalho, que ajudou a viabilizar o Cruzeiro e depois vendê-lo caro, mas vivo, tem competência para administrar a CBF como uma empresa séria, lucrativa, que sirva ao futebol brasileiro, em vez de se servir dele, invista na formação de técnicos e técnicas, jogadoras e jogadores, não crie feudos como os que existem na CBF Academy ou pelo menos faça com que sejam produtivos, no primeiro momento.
Não é de se garantir que será bom presidente. Mas sua equipe pode fazer muito melhor do que se tem feito. Não é difícil, convenhamos.
Se a liminar que sustenta a presidência da CBF só existe por causa do risco de desfiliação da Fifa pelo envolvimento da política, o que dizer que o Legislativo e o Judiciário colocam mais de dez pessoas na direção do edifício da Barra da Tijuca. Sete ligadas ao Judiciário, além de gente do PCdoB colada a Ednaldo Rodrigues.
Não pode dar certo assim.
A CBF precisa de visão técnica, transformar a CBF Academy num centro de formação de novos treinadores, capazes de formar uma nova geração em que não se olhe para os estrangeiros como salvadores da Pátria, mas como capazes de ajudar no intercâmbio de ideias. Se a seleção precisa de um técnico de fora, imediatamente tem de se trabalhar na formação de gente que termine com o déficit de conhecimento, que hoje se reconhece. Não adianta diagnosticar a doença. É preciso tratá-la.
A CBF de hoje está deitada em berço esplêndido. O futebol brasileiro está. Terminar o Brasileirão com 25.800 espectadores por jogo, segunda melhor média de público de todos os tempos, com visível evolução técnica, crescimento de receita dos clubes, mais dinheiro de TV... Tudo isso indica a existência de vida.
Se Ronaldo dará esta luz, impossível dizer. Certeza é que hoje ele quer.
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