Bets dominam patrocínios de clubes como cigarros na Fórmula 1 do passado
O anúncio do acordo do Palmeiras com a Sportingbet faz o futebol brasileiro chegar ao incrível número de 40 clubes, de Séries A e B, com algum tipo de propaganda de casas de apostas na camisa. A resistência era palmeirense, graças ao acordo com a Crefisa. Importante destacar que nem Palmeiras, nem Leila Pereira têm responsabilidade neste processo. É um direito da Crefisa entender que não pode concorrer com o volume de dinheiro injetado pelas Bets.
Só vale a reflexão.
Dos doze principais contratos do país, mostrados em reportagem do Uol, só Grêmio e Internacional não têm casas de apostas na parte frontal da camisa, como patrocinadores masters. Mas o uniforme gremista de 2024 tinha a inscrição "Esportes da Sorte" ao lado do escudo e a colorada contava com a marca "EstrelaBet" nos ombros.
Os nove patrocínios mais caros do país, Flamengo (PixBet), Corinthians (Esportes da Sorte), Palmeiras (Sportingbet), Vasco (BetFair), Atlético (H2Bet), Santos (Blaze), São Paulo (Superbet), Fluminense (Superbet) e Cruzeiro (BetFair), todos acima de R$ 40 milhões/ano, todos de casas de apostas.
Durante o processo de regulamentação das Bets, houve consenso de que é necessário disciplinar as propagandas de casas de apostas, mas não acabar com elas neste momento. Quebraria o sistema que passou a se alimentar desse dinheiro por causa dos quatro anos de atraso para criar regras para o setor, legalizado no final do governo Michel Temer, em 2018.
A situação hoje, com 40 clubes de Séries A e B recebendo alguma quantia das casas de apostas, lembra a dos patrocínios de marcas de cigarro nos carros de Fórmula 1, nas décadas de 1970, 1980 e 1990. Apenas em 2006, a Federação Internacional de Automobilismo proibiu completamente os anúncios de cigarros. Na temporada 1988, do primeiro título de Ayrton Senna, as marcas apareciam nos nomes oficiais das equipes, como Honda Marlboro McLaren, Camel Team Lotus Honda ou Leyton House March Racing Team.
Parecia impossível a Fórmula 1 viver sem anúncios de tabaco. Vive.
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