O maior jejum do Vasco e o tempo em que Dondon jogava no Andarahy
O Vasco completou 3165 dias sem títulos, desde a campanha do título estadual de 2016.
Foram 3164 dias, mas exatamente os mesmos nove anos.
Então, o jejum é o mesmo.
É possível que seja maior ao completar dez anos, porque parece improvável haver título vascaíno em 2025.
Mas quem imaginava o Vasco nas semifinais da Copa do Brasil no ano passado?
A superstição indica: Tchê Tchê traz sorte.
O Palmeiras estava há 22 anos sem o título brasileiro e ganhou o troféu com Tchê Tchê em 2016.
O Atlético havia 51 anos sem Brasileirão e ganhou com Tchê Tchê em 2021.
O Botafogo, fazia 29 anos, ganhou em 2024.
Não sou supersticioso, porque dá azar...
Mas há de se lembrar da praga de Arubinha, ponta esquerda do Andarahy.
Sabe a canção: "No tempo em que Dondon jogava no Andarahy... No tempo em que Dondon jogava no Andarahy!"
Composição de Ney Lopes, popularizada na voz de Dudu Nobre, refere-se ao centro-médio que jogou com Arubinha, ponta-esquerda, no Andarahy.
Em 29 de dezembro de 1937, o Vasco era campeão carioca do ano anterior e goleou o Andarahy, de Dondon e Arubinha, por 12 x 0, nas Laranjeiras.
Segundo crônica de Mario Filho, publicada em 1957, Arubinha ajoelhou-se, olhou para cima, "e em cima estava o céu", e disse: "Se há um Deus no Céu, o Vasco há de passar doze anos sem ser campeão."
Veja, se o Vasco tivesse metido 10 x 0, seriam dez anos, se fossem 9 x 0, nove anos. Mas Arubinha não abria mão: "Doze anos!"
Passaram-se os anos e o Vasco não ganhava. Do título de 1936 até o troféu do Expresso da Vitória, invicto, em 1945.
Ao todo foram... nove anos.
Ou 3164 dias, superados na primeira terça-feira, de 2025. Agora são 3166 dias.
Aquele jejum do Sapo de Arubinha terminou com a inauguração do maior time da história vascaína, o Expresso da Vitória.
Missão para Phillippe Coutinho e Payet, juntos, tentarem reescrever a velha história.
No tempo em que Dondon jogava no Andarahy, nossa vida era mais simples de viver...
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