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Rafael Oliveira

A maratona pós-parada pesou demais para a Lazio

Alberto PIZZOLI / AFP
Imagem: Alberto PIZZOLI / AFP

04/07/2020 18h46

A Lazio está praticamente fora da briga pelo título italiano. Faltando oito rodadas para o fim, a Juventus abriu sete pontos de vantagem. Mas não é só por isso.

A realidade é que a volta da parada da pandemia tem mostrado um cenário bastante complicado para uma das sensações da temporada na Itália. O tipo de futebol não era surpresa, mas a regularidade impressionava até então.

A Lazio chegou a ficar 21 rodadas sem perder, com 18 vitórias no período. Quando o campeonato foi interrompido, em março, o embalo da equipe comandada por Simone Inzaghi era indiscutível.

Não foi apenas a quebra do momento. O "novo normal" do futebol tem até cinco substituições por partida e acumula rodadas seguidas, em um calendário muito mais exigente. Não há tempo para treinar como antes. A rotina é de jogo e recuperação, com maior demanda por rodízio.

Só que o elenco da Lazio não tem nem perto da profundidade de outros. Pelo contrário. Sempre teve a conta certa. E, por característica, Inzaghi baseava suas substituições pelo fôlego necessário para manter a proposta por 90 minutos.

Um time extremamente rápido para atravessar o campo, disposto a explorar os passes de Luis Alberto, a qualidade de Milinkovic-Savic, as arrancadas de Joaquín Correa e as infiltrações do artilheiro Ciro Immobile.

Contra a Atalanta, na derrota que marcou a retomada da Serie A, já ficou nítida a limitação do banco laziale. O elenco não tem mais do que duas ou três opções de banco. Mais do que isso já representa uma notável queda de nível.

No futebol das cinco substituições e sem tempo para recuperar o time ideal, a Lazio caiu. E sofre. Contra o Milan, não tinha os suspensos Immobile e Caicedo, as duas únicas opções de ataque do elenco. O poder de fogo quase inexistiu.

A avaliação sobre o trabalho de Simone Inzaghi não muda. É uma excelente temporada e impressiona a capacidade que a equipe mostrou para competir pelo título e ameaçar a hegemonia da Juventus. O que mudou foi o contexto. As novas circunstâncias são cruéis para quem corre por fora contra elencos tão mais ricos e recheados.