Man City escapa de punição que poderia ter sérias consequências
O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) cancelou a suspensão do Manchester City, que estava excluído das próximas duas temporadas das competições europeias por violar regras do fair play financeiro. A multa foi reduzida e aplicada apenas por não cooperar com as investigações.
Difícil entrar no mérito específico da decisão. Inflar os valores de patrocínios para aumentar as receitas com injeção de dinheiro do próprio dono é algo proibido e, portanto, a mensagem da punição seria importante. Tudo isso se as acusações fossem confirmadas, é claro.
O Man City escapou de um problema que, no cenário mais grave, seria complexo. Ficar fora da Liga dos Campeões, por si só, já reduziria as receitas, o que impactaria na possibilidade de investimento, partindo do princípio da sustentabilidade prevista pela regra.
Mais do que isso, ficar dois anos fora da principal competição europeia significaria reduzir a capacidade de atrair novos reforços de peso, já que os melhores jogadores querem disputar a Champions.
Em um nível mais avançado, outra preocupação seria com a manutenção do próprio elenco. Embora Guardiola sempre tenha manifestado o interesse de ficar, é possível que alguns jogadores preferissem sair.
Logo, muito mais do que a punição em si, as consequências criariam uma relevante turbulência para a estabilidade do projeto do clube. Afetaria todos os níveis do trabalho. A manutenção da base existente, a visibilidade, o poder financeiro para investir sem infringir as regras e a capacidade de atrair reforços de alto nível.
Até por isso, é natural que o Manchester City encare a notícia como grande vitória. Na Premier League, o efeito direto é não mais abrir uma vaga para o quinto colocado, que herdaria o direito do City. Com isso, Chelsea, Leicester e Man Utd brigam pelas últimas duas.
Para muitos, fica o questionamento sobre a efetividade ou uma suposta seletividade do Fair Play Financeiro, já que alguns clubes são punidos com rigor e outros não. Mas não foi por decisão da Uefa, é bom ressaltar. A defesa do clube inclusive contestava o papel da entidade como acusadora, investigadora e julgadora do processo. No fim, o TAS foi quem cancelou a punição, alegando que não encontrou provas suficientes.
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