Um título protocolar para um Flamengo aquém do que pode
O Flamengo é o campeão carioca de 2020. E não há muito o que discutir ou questionar em relação ao título. É, com sobras, o melhor time do Rio e aumenta a bela lista de taças conquistadas nos últimos meses. Mas a final não teve sobras (e nem bom futebol).
Pelo contrário. O desempenho do Flamengo nas finais foi muito inferior ao altíssimo padrão que acostumou a apresentar. E vale ressaltar os méritos do Fluminense, que mostrou organização e competitividade para equilibrar três duelos contra um rival indiscutivelmente mais forte.
O título não muda a avaliação sobre o nível ou o trabalho de Jorge Jesus, é claro. Na realidade, foi "apenas" uma esperada sequência dos fatos. A grande questão é a definição do futuro do treinador português, pensando na continuidade da temporada e nas ambições que o Flamengo naturalmente tem.
Para o Fluminense, a imagem acaba sendo mais positiva do que se imaginava. Por limitar a produção ofensiva de um adversário que não se impôs ou atropelou como de costume.
O que a final lembra também é da profundidade dos recursos do Flamengo. Se coletivamente não teve nem perto do ritmo ou da qualidade habitual, individualmente ainda há capacidade para resolver partidas, mesmo que em lances isolados. O jogo de ida mostrou isso, ainda que diante de dificuldades.
O Campeonato Carioca é uma conquista quase protocolar para um clube que obviamente tem objetivos muito maiores. Evidentemente, cada taça é relevante e deve ser comemorada. É mais uma para a conta. Mas a decisão mais importante e que representará maior impacto para o Flamengo ainda está por vir: a sobre o futuro de Jorge Jesus.
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