PSG foi mais completo, coletivo e convincente contra o RB Leipzig
Se nas quartas a imagem do PSG havia sido de um time pobre e dependente de Neymar, muito mudou na atuação contra o RB Leipzig. A confortável vitória foi construída com relativa facilidade. E o 3x0 representa o tamanho da superioridade.
As voltas de Di María e Mbappé mudam a realidade da equipe. Oferecem companhia a Neymar e fazem o ataque ser muito mais completo. A ameaça que Mbappé oferece em profundidade já condiciona a forma dos adversários se defenderem.
O RB Leipzig não subiu tanto a marcação. Sabia do risco que o atacante francês representava se tivesse espaço. Optou por um bloco médio, mas caiu no efeito dominó que simboliza o plano tático do primeiro tempo.
Em um 4-1-4-1, o time alemão tinha Kampl entre as linhas. Só que Neymar e Ander Herrera flutuavam no setor. Quando Sabitzer subia para marcar Paredes, que recuava para iniciar a saída de bola próximo de Marquinhos, o espaço aparecia. Imediatamente, Neymar se deslocava e, com a liberdade de um falso 9, criava a dúvida na cabeça da defesa.
Se o zagueiro Upamecano saísse, Mbappé estaria pronto para buscar uma diagonal, atacando o setor. Se ficasse, Neymar teria tempo para receber e girar, como fez tantas vezes.
Nagelsmann, um treinador que costuma alternar sistemas inúmeras vezes com bola rolando, até chegou a modificar o desenho após 30 minutos de dificuldades. Centralizou Laimer e formou uma dupla de volantes para se proteger melhor.
O curioso é que, ironicamente, apesar do nível coletivo do PSG ter sido bem superior, os gols não saíram exatamente das vantagens geradas. O primeiro foi na bola parada e os outros dois a partir de erros de saída do adversário (também pelo mérito de quem pressiona).
Não há dúvidas de que o PSG tem recursos individuais capazes de decidir qualquer partida. É muito difícil montar qualquer estratégia para parar Neymar, Mbappé e Di María. Mas também é importante a mensagem de que o time também possui méritos coletivos.
Até porque a imagem das quartas, no contexto da agressiva marcação por encaixes da Atalanta, havia sido de muitas dificuldades e limitações. No esperado duelo tático, Tuchel levou a melhor sobre Nagelsmann. E, além das estratégias e adaptações, potencializar o talento individual talvez seja o principal caminho para chegar à inédita final de Champions.
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