Topo

Rafael Oliveira

Sevilla, o dono da Europa League

Jogadores do Sevilla comemoram com o troféu da Liga Europa - Lars Baron/Pool via REUTERS
Jogadores do Sevilla comemoram com o troféu da Liga Europa Imagem: Lars Baron/Pool via REUTERS

Colunista do Uol

21/08/2020 19h04

As brincadeiras são inevitáveis. E já nem são novas. O Sevilla é o time que faz questão de ser terceiro do grupo na Champions só para poder disputar a Europa League. Afinal, o título é apenas uma questão de "como", e não de "se".

São seis conquistas do torneio europeu nas últimas quinze temporadas. Um número muito expressivo para o clube que se consolidou no cenário internacional. Alguns vão menosprezar o peso da segunda competição continental em importância, mas o fato é que o nível das fases finais tem sido alto.

As semifinais são a prova. Inter, Shakhtar e Manchester United levaram a sério e ficaram pelo caminho. Eram quatro times de nível de mata-mata de Champions. E novamente quem levou a melhor foi o espanhol.

O roteiro 2019/20 é muito interessante pela riqueza dos personagens. Seja pela volta por cima na carreira de Lopetegui ou a reviravolta de Diego Carlos dentro dos 90 minutos.

O zagueiro brasileiro fez ótima temporada, mas não teve o mesmo desempenho nas últimas partidas. Cometeu três pênaltis em três jogos e foi muito superado por Lukaku. Ironicamente, acabou fazendo o gol do título, de bicicleta, e com desvio contra do atacante belga.

Banega também encerra uma brilhante passagem pelo Sevilla. Um meio-campista de carreira inconsistente, mas com enorme qualidade técnica. Na despedida do futebol europeu, reforçou o nível que é capaz de apresentar.

Luuk De Jong foi pouco convincente na maior parte da temporada. Dentro de uma estrutura coletiva bem definida de Lopetegui, o clube precisou buscar outro atacante na janela de janeiro. Curiosamente, o holandês foi aparecer com um gol na semifinal e dois na decisão.

O Sevilla do sucesso europeu é também o exemplo de gestão de mercado. Modelo personificado por Monchi, o diretor esportivo que já fez inúmeros grandes negócios, identificando potencial, contratando barato e revendendo depois.

Jules Koundé é provavelmente quem mais se enquadra no perfil de valorização. O zagueiro francês tem apenas 21 anos e fez grande final, levando a melhor no duro duelo com Lautaro Martínez.

A Inter de Antonio Conte talvez fosse mais time. Atingiu um nível muito alto ao longo da temporada e transformou a competitividade da equipe. Com mais de regularidade, pode tentar competir pelo título italiano no próximo ano. Mas, na Europa League, a sensação é de que se o Sevilla estiver nela, o título já tem dono.