Topo

Rafael Oliveira

Botafogo de Autuori chegou a ter estratégia animadora, mas acabou impotente

Paulo Autuori comanda time do Botafogo no jogo contra o Bahia - Vitor Silva/Botafogo
Paulo Autuori comanda time do Botafogo no jogo contra o Bahia Imagem: Vitor Silva/Botafogo

Colunista do Uol

01/10/2020 15h00

Paulo Autuori deixa o Botafogo após nove rodadas seguidas sem vitória no Brasileirão. A derrota para o Bahia, em casa, expôs novamente alguns dos problemas conhecidos.

Por algumas semanas, a sensação foi de um time que jogava um futebol merecedor de mais pontos do que conquistava. Mas a imagem seguinte foi a preocupante constatação das limitações.

Duas mudanças foram consideráveis no processo. As estratégias específicas de contra-ataques foram muito animadoras. Especialmente na sequência contra Atlético-MG e Flamengo, a equipe conseguiu competir bem.

E agredia os adversários a partir da velocidade. Só que a venda de Luis Henrique escancarou a fragilidade do elenco. As arrancadas do promissor garoto eram a única ferramenta de ataque aos espaços vazios. O time se defendia e conseguia ameaçar.

Contra o Inter, o gol sofrido logo no começo deixou evidente a incapacidade de construir ou incomodar o adversário. Ter que trabalhar a partir da posse de bola era um problema. E, sem Luis Henrique, o contra-ataque também já não encaixava.

Desde então, o time oscilou e até teve alguns momentos positivos. Mas o alerta está ligado há algum tempo.

Kalou não é exatamente uma opção de velocidade e pouco acrescentou por enquanto. Caio Alexandre não tem grande companhia na tentativa de distribuição. Honda, recuado para o papel de volante em uma equipe que pouco ataca, raramente influenciou dentro de campo até aqui. A direita já teve diferentes nomes, seja com linha de quatro ou três zagueiros, mas sem convencer.

Diante de tal cenário, os destaques passam a ser momentos pontuais. Como o impacto inicial de Matheus Babi, que caiu de produção e perdeu confiança nas últimas partidas. Ou alguns bons jogos de Pedro Raúl. Ou o esforço individual de nomes como Victor Luis, Bruno Nazário e Guilherme Santos.

O Botafogo tem um elenco limitado em qualidade e profundidade, em termos de características. E a estratégia inicialmente animadora já não se sustentava. O momento é preocupante e pede uma mudança de rota, que seria necessária com ou sem troca do comando técnico.

É fundamental buscar outras formas de competir, seja encontrando opções de velocidade ou trabalhando melhor a posse. Ultimamente, a imagem era de um time que até se defendia, mas que pouco agredia os adversários e dificilmente teria condições de correr atrás do resultado.