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Rafael Oliveira

Estreia do Brasil teve bom futebol e goleada com autoridade

Roberto Firmino comemora gol do Brasil contra a Bolívia - Pool/Getty Images
Roberto Firmino comemora gol do Brasil contra a Bolívia Imagem: Pool/Getty Images

Colunista do Uol

09/10/2020 23h40

O duelo contra a Bolívia era, teoricamente, o mais fácil das eliminatórias. O adversário mais fraco do continente e longe da altitude.

Era também aquele típico jogo que pode ficar complicado se o tempo passa sem que o primeiro gol saia. Afinal, a tendência é de um adversário fechado, tentando se defender do início ao fim.

Aí entra o mérito importante que deve ser valorizado na atuação da seleção brasileira. A forma como conseguiu, desde o início, produzir chances e criar espaços.

Falar apenas da indiscutível fragilidade do adversário seria ignorar um cenário que constantemente vira problema: ter paciência e qualidade para furar bloqueios de equipes inferiores.

E o Brasil teve mecanismos ofensivos que funcionaram, além da agressividade sem bola para não dar chances ao adversário.

A estrutura que dá liberdade para Renan Lodi ocupar o corredor esquerdo gerou inúmeras vantagens pelo setor. Danilo, Casemiro e Douglas Luiz formaram o trio responsável por dar sustentação por dentro e abastecer o quinteto ofensivo.

Com boa participação de Philippe Coutinho e a qualidade individual de Neymar para castigar os espaços, a movimentação agradou. Poderia ter sido mais de 5x0.

Talvez a única dúvida seja em relação ao perfil do ponta que abrirá o campo pelo lado direito. Everton tem arrancada e drible, mas perde o conforto de sua melhor finalização ao jogar no lado oposto ao habitual.

A estreia foi muito boa. Por mais que seja correto relativizar ou argumentar que era o jogo mais fácil das dezoito rodadas, o mérito foi justamente se impor com autoridade e evitar a "casca de banana" daquele 0x0 arrastado e improdutivo, um conhecido roteiro que também era possível.

É só o começo das eliminatórias, que, embora nem tão valorizadas por aqui, possuem alto nível de competitividade. Desafios bem maiores virão e a sequência de jogos dará novos parâmetros de avaliação para a caminhada até a Copa do Mundo.