Douglas Luiz foi a novidade positiva do Brasil no início das eliminatórias
O Brasil largou com duas vitórias nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022. Após uma convincente e tranquila goleada na estreia, em casa, contra a Bolívia, era natural encontrar maior dificuldade contra o Peru.
O roteiro do 4x2, em Lima, ajudou a reforçar o válido teste. Sair atrás no placar obrigava a ter paciência e ampliava o desafio diante da atual vice-campeã continental. E talvez a novidade mais relevante da semana de data Fifa tenha sido a resposta de Douglas Luiz.
O meio-campista do Aston Villa já exerceu diferentes funções ao longo da carreira. Jogava mais solto nos tempos de Vasco. Na Espanha, deixou de ser um infiltrador e passou a ter também maior influência na saída de bola. No ciclo pré-olímpico, foi utilizado como um primeiro volante de distribuição.
Na seleção principal, a escolha não era a mais provável. O momento de Bruno Guimarães parecia mais favorável, mas a função se mostrou bem específica.
Com o mecanismo de maior liberdade para Renan Lodi na ocupação da ponta esquerda, Douglas Luiz virou o meio-campista que precisa ter ampla área de atuação e bom entendimento do jogo.
É quem distribui o jogo ao lado de Casemiro, como fez em bons lançamentos para Richarlison no primeiro tempo. É também quem abre e se posiciona na lateral, se necessário, já que Renan Lodi ocupa uma faixa mais avançada e não participa do princípio da saída de bola.
E também fica responsável pelo equilíbrio nas transições defensivas, já que é natural que o setor fique vazio nas retomadas e eventuais saídas do adversário.
Douglas Luiz teve um importante papel no funcionamento coletivo do Brasil e correspondeu. Deixou boa impressão nas primeiras oportunidades e encaixou nas exigências impostas pela tentativa de desenvolvimento do novo mecanismo de ataque.
Destacar o protagonismo de Neymar e a capacidade de desequilibrar qualquer partida já nem é mais novidade, embora sempre mereça o reconhecimento. Novidade mesmo foi a entrada do ex-jogador do Vasco e a sensação de que pode ter continuidade na equipe titular.
Não se trata de comparar jogadores ou os momentos nos clubes que defendem. É uma questão de desempenho em funções específicas que possam complementar características de companheiros, como parece ter sido o caso entre Douglas Luiz e Renan Lodi. Ainda que seja uma amostra pequena, Tite termina a semana com uma promissora resposta para a escolha que fez.
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