Seleção não teve brilho no Uruguai, mas segue 100% nas eliminatórias
A vitória do Brasil sobre o Uruguai, no Centenário, pode não ter sido empolgante, mas é relevante. E não há como usar a muleta do nível do adversário.
O resultado construído no primeiro tempo talvez tenha sido exagerado. A Seleção não criava para tanto. O próprio primeiro gol foi de um lance isolado e de sorte no desvio no chute de Arthur. O segundo, na bola parada, ampliou a vantagem logo antes do intervalo.
Com exceção dos minutos iniciais e do trabalho que Darwin Núñez deu no setor de Danilo, o Uruguai pouco criou. E não teve reação após ficar atrás no placar.
É possível falar sobre dois times abaixo do que podem. E é necessário compreender o peso das ausências também.
Por outro lado, o Brasil controlou o segundo tempo com bastante segurança e autoridade. Outro ponto relevante foi a maior flexibilidade nos diferentes sistemas utilizados. O mecanismo não foi o mesmo das partidas anteriores, quando Renan Lodi ocupava a ponta esquerda e Douglas Luiz compensava por trás.
Tite variou entre dois pontas (com Firmino centralizado) e dois atacantes (com Jesus e Firmino na frente), alternando os desenhos. A versão com duas linhas de quatro permitiu liberdade para Everton Ribeiro assumir importante papel de organizador, partindo da direita para flutuar por dentro.
Em um time mais estático na última semana, o meia do Flamengo é um articulador com a iniciativa para ocupar diferentes espaços no campo e com capacidade para acionar os homens de frente, especialmente em um cenário que permitiu mais transições.
Entre os destaques, o resgate de Arthur como possibilidade de um meio-campista passador que ainda não deslanchou da forma esperada, mas que não deve ser descartado por isso.
Não foi um Brasil empolgante ou uma atuação brilhante que tenha justificado a construção do placar, mas foi uma solidez convincente para administrar a vantagem e sair com os três pontos que mantêm os 100% de aproveitamento na largada das eliminatórias.
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