Domènec Torrent será o 12º treinador estrangeiro do Flamengo na história
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Prestes a ser anunciado, Domènec Torrent será o novo técnico do Flamengo, segundo o colunista Mauro Cezar Pereira. Aos 58 anos, o espanhol chega para substituir o vitorioso Jorge Jesus, que foi para o Benfica-POR após o título Carioca, e se tornar o 12º técnico estrangeiro na história do rubro-negro.
Ex-analista de scouts na comissão técnica de Pep Guardiola no Barcelona (entre 2008 e 2012) e depois ex-auxiliar do mesmo treinador no Bayern Munique (2013-2016) e no Manchester City (2016 a 2018), Torrent começou sua carreira de treinador no New York City FC, filial do time inglês nos Estados Unidos, em 2018.
No primeiro ano, caiu nas quartas de final da Liga Norte-Americana, a MLS. Já em 2019, levou o time à semifinal, depois de chegar na liderança na primeira fase da Conferência Leste e garantir o time pela primeira vez na Liga dos Campeões da Concacaf. Ainda em 2019, caiu para o Orlando City nas quartas de final da Copa da MLS.
Domènec Torren como técnico do New York City-EUA (2018-2019):
- 60 jogos
- 29 vitórias
- 15 empates
- 16 derrotas
- 104 gols a favor
- 76 gols sofridos
- 56,6% de aproveitamento dos pontos
Na história do Flamengo, Torrent será o primeiro espanhol a comandar o clube, sendo o sexto europeu e o 12º estrangeiro. Desde 1921, quando o uruguaio Ramón Platero se tornou o primeiro técnico do Flamengo, o clube já contou com 104 comandantes até Jorge Jesus. Entre 1912 e 1920, o rubro-negro foi treinado por uma comissão técnica formada por dirigentes, torcedores e ainda o capitão do time, chamada na época de Ground Committé.
Depois de Platero, que dirigiu a seleção brasileira em 1925, outro estrangeiro a comandar o clube foi o também uruguaio Juan Carlos Bertone, que se tornou o primeiro gringo a levantar um título oficial, sendo campeão do Campeonato Carioca de 1925. Em 1927, Bertone repetiu a dose. Pouco depois, em 1930 e 1931, o Fla foi dirigido pelo inglês Charles Williams, ex-campeão estadual do Rio com o Fluminense (1911 e 1924) e com o América (1928).
Já em 1937 e 1938, foi a vez o húngaro Izidor Kruschner assumir o time. Ex-Bayern Munique e Grasshoppers, da Suíça, ele ficou famoso por introduzir o esquema tático apelidado de WM (cinco na defesa, formando a letra W e cinco no ataque, formando a letra M). Mas Dori sofreu fortes críticas com seu novo esquema e também seus métodos rigorosos de trabalho nos treinamentos.
Quase dez anos depois, outro europeu que treinou o Flamengo foi o português Ernesto Santos, um ex-zagueiro que já vivia há um bom tempo no Brasil. No Fla, onde havia trabalhado no Departamento Técnico, foi treinador em 1947, sem conquistar títulos. Três anos depois, em 1950, outro português dirigiu o clube: Cândido Oliveira, ex-treinador da seleção portuguesa entre 1925 e 1946. Após acompanhar a Copa do Mundo, resolveu aceitar o convite do Fla e dirigir o time no segundo semestre.
Já em 1953, o rubro-negro acertou com o Fleitas Solich, que havia sido campeão Sul-Americano com a seleção paraguaia. No Flamengo, Solich fez história em três passagens (1953-1959, 1960-1962 e 1971). No geral, comando o clube em 527 jogos, sendo o segundo técnico com mais jogos na história do clube, atrás apenas de Flávio Costa, com 775 jogos. Pelo Fla, Solich conquistou o tricampeonato carioca (1953, 1954 e 1955), o Torneio Rio-São Paulo (1961) e ficou marcado por lançar Zico nos profissionais em 1971.
Em 1959, Solich o Fla para dirigir o Real Madrid, então tetracampeão europeu. Para o seu lugar, em 1959, o rubro-negro colocou Jaime de Almeida e em seguida o paraguaio Modesto Bria, ex-volante e zagueiro do clube entre 1943 e 1953 e que por muito trabalhou também nas categorias de base. Bria voltou a dirigir o Fla em 1967, 1971 e 1981, sendo uma espécie de eterno interino, já que seguia na base.
Em 1965, outro sul-americano a comandar o time foi o argentino Armando Renganeschi, ex-zagueiro do Bonsucesso-RJ, Fluminense e São Paulo entre 1940 e 1948. Radicado no Brasil, começou sua carreira de técnico em 1949, no Jabaquara e por aqui ficou até 1983, dirigindo quase 30 clubes diferentes. Pelo Fla, ficou até 1967 e ganhou o Campeonato Carioca de 1965, sendo o último estrangeiro a ganhar a competição antes de Jorge Jesus, em 2020.
Em 2017, depois de 26 anos, o Fla voltou a ter um técnico estrangeiro: o colombiano Reinaldo Rueda, campeão da Libertadores de 2016 com o Atlético Nacional-COL. Pelo rubro-negro, foi vice-campeão da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana de 2017 e acabou deixando o clube após receber convite, no início de 2018, para dirigir a seleção chilena, onde segue até hoje.
Já em junho de 2019, o Flamengo acertou com o português Jorge Jesus, que estreou no mês seguinte no comando da equipe. Em um ano, o Mister conseguiu um aproveitamento sensacional de 81,6% dos pontos disputados e ganhou cinco campeonatos (Brasileirão e Libertadores em 2019, e Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana e Carioca em 2020). Após o título estadual, recebeu uma proposta do Benfica e retornou para Portugal. Na história do rubro-negro, Jesus saiu sendo o segundo com mais títulos oficiais, atrás apenas de Carlinhos.
Técnicos com mais títulos oficiais na história do Flamengo:
Carlinhos - 6 títulos
- Campeonato Brasileiro (1987* e 1992)
- Copa Mercosul (1999)
- Campeonato Carioca (1991, 1999 e 2000)
Flávio Costa - 5 títulos
- Campeonato Carioca (1939, 1942, 1943, 1944 e 1963)
Jorge Jesus - 5 títulos
- Copa Libertadores (2019)
- Campeonato Brasileiro (2019)
- Supercopa do Brasil (2020)
- Recopa Sul-Americana (2020)
- Campeonato Carioca (2020)
Cláudio Coutinho - 4 títulos
- Campeonato Brasileiro (1980)
- Campeonato Carioca (1978, 1979 e 1979 (especial))
Paulo César Carpegiani - 4 títulos
- Mundial Interclubes (1981)
- Copa Libertadores (1981)
- Campeonato Brasileiro (1982)
- Campeonato Carioca (1981)
Fleitas Solich - 4 títulos
- Torneio Rio-São Paulo (1961)
- Campeonato Carioca (1953, 1954 e 1955)
* Módulo Verde da Copa União, não reconhecido pela CBF
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