Topo

Rodolfo Rodrigues

Ganso e Alexandre Pato viraram jogadores decadentes com apenas 30 anos

Paulo Henrique Ganso e Alexandre Pato na capa da Revista Placar de julho de 2010 - Reprodução/Revista Placar
Paulo Henrique Ganso e Alexandre Pato na capa da Revista Placar de julho de 2010 Imagem: Reprodução/Revista Placar

21/08/2020 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Ao lado de Neymar, Alexandre Pato e Paulo Henrique Ganso eram as grandes esperanças da seleção brasileira em 2010, após a queda nas quartas de final da Copa do Mundo daquele ano para a Holanda. Dez anos depois, Neymar segue como grande protagonista do futebol brasileiro, enquanto da dupla Pato e Ganso vive um período de decadência com apenas 30 anos nas costas cada.

Nessa semana, o centroavante Alexandre Pato rescindiu seu contrato com o São Paulo, após uma passagem bem fraca desde 2019, com apenas 9 gols marcados em 35 jogos disputados. Sem conseguir espaço no time Fernando Diniz, o jogador deverá acertar sua volta para o Internacional, em busca de mais uma oportunidade para resgatar seu melhor futebol.

Mas pelo que vem jogando nos últimos anos, acho bem improvável que isso aconteça. Grande revelação do Colorado em 2006, Pato surgiu como grande fenômeno, sendo comprado rapidamente pelo Milan-ITA, em 2007, para ser o substituto do ídolo Shevchenko. Na Itália, até jogou nas primeiras quatro temporadas. Mas, inexplicavelmente, teve uma queda brusca no rendimento a partir de 2011, virando banco na equipe.

Dois anos depois, em 2013, foi vendido ao Corinthians, então campeão da Libertadores. Com então 23 anos, Pato teve uma grande oportunidade para se reerguer na carreira. Mas fez exatamente o oposto. Fez uma Libertadores ruim, perdendo gol incrível contra o Boca Juniors na eliminação das oitavas, virou reserva com sua apatia em campo e foi execrado após perder um pênalti contra o Grêmio, dando uma cavadinha desnecessária, e eliminar o time nas quartas de final da Copa do Brasil.

Após esse episódio, nunca mais vestiu também a camisa da seleção brasileira, onde disputou 28 jogos e marcou 10 gols. Sem clima, virou moeda de troca em 2014 e emprestado para o rival São Paulo, onde teve até um bom desempenho (38 gols em 98 jogos). Emprestado depois para o Chelsea, fracasssou no time inglês, onde jogou somente duas partidas. Depois, passou sem brilho pelo Villarreal-ESP e Tianjin Tianhai, da China, até retornar ao São Paulo em 2019.

Atacante de muita velocidade, raciocínio rápido e boa finalização no início da carreira, Pato, hoje aos 30 anos, não lembra nada daquele jogador. Jogador sem vibração em campo, dificilmente acerta um drible ou conclui uma jogada com precisão. Em 2020, fez apenas 13 jogos e marcou somente 4 gols. E deixou o clube pela porta dos fundos, recebendo indireta até de Daniel Alves no Instagram.

Aquele que era uma das grandes esperanças do futebol brasileiro, Pato acabou virando uma das maiores decepções. Assim como Paulo Henrique Ganso. Grande companheiro de Neymar, principalmente entre 2009 e 2011, o meia encantou com sua classe, técnica, grande visão de jogo e toques precisos. Chegou a ser titular da seleção com Mano Menezes pós-Copa de 2010, mas aos poucos foi perdendo o brilho.

No São Paulo, entre 2012 e 2016, até teve bons momentos. Tanto que acabou sendo até convocado para a disputa da Copa América Centenário, em 2016, pelo técnico Dunga. Isso mesmo sem ter atuado pela seleção brasileira desde 2012. Mas desde que saiu do tricolor, jamais reencontrou seu futebol.

No Sevilla, amargou o banco por duas temporadas inteiras e fez nada de produtivo. Emprestado ao pequeno Amiens da França, em 2018, fez apenas 14 jogos, nenhum gol e viu sua chance de permanecer no futebol europeu ir embora. Contratado pelo Fluminense em 2019, chegou sendo recebido com festa pela carente torcida do tricolor carioca.

Com sua habitual lentidão e apatia em campo, Ganso não conseguiu se encaixar novamente. Em 2019, atuou bastante até (47 jogos), mas rendeu pouco em campo. Marcou apenas 5 gols e ficou devendo, dando sempre a sensação de que poderia render muito mais por sua técnica. Em 2020, com o técnico Odair Hellmann, Ganso virou reserva e disputou apenas um jogo como titular, ainda pelo Campeonato Carioca.

Na foto escolhida para esse post, coloquei uma capa da revista Placar de julho de 2010, quando os dois eram tratados como grandes esperanças para a seleção na Copa do Mundo de 2014. Mas a trajetória deles na seleção durou pouco (Ganso em 2012 e Pato e 2013). Numa época em que nosso futebol carece de bons nomes, é uma pena ver dois talentos, ainda novos, atravessando um momento tão ruim.

Você pode me encontrar também no twitter (@rodolfo1975) ou no Instagram (futebol_em_numeros)