Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Nova lei que restringe troca de técnicos aferia 5 times da Série A 2020
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A CBF confirmou na última quarta-feira (24) uma nova restrição para a troca de treinadores nas Séries A e B do Brasileirão. De acordo com o novo regulamento, cada clube poderá demitir duas vezes durante a competição, sendo que depois da segunda terá que ser comandado por um funcionário que esteja no clube há pelo menos seis meses.
A mudança visa diminuir o alto número de trocas de treinadores no futebol brasileiro, mas, na prática, isso não mudaria muito o cenário atual. Pela nova lei da CBF, quando os treinadores pedirem demissão, os clubes poderão até seguir contratando outros técnicos. E cada treinador poderá pedir para sair apenas uma vez durante o campeonato.
Trocas de técnicos no Brasileirão 2020
Em 2020, isso aconteceu apenas quatro vezes, quando Eduardo Coudet (Internacional), Vágner Mancini (Atlético-GO), Rogério Ceni (Fortaleza) e Odair Hellmann (Fluminense), perdiram demissão para dirigirem outros clubes, sendo que dois deles seguiram na Série A — Ceni foi para o Flamengo e Mancini para o Corinthians.
Entre as 27 trocas no Brasleirão de 2020, tivemos 23 demissões. Entre os 20 clubes, apenas 3 deles não mudaram de treinador durante as 38 rodadas — Ceará (Guto Ferreira), Atlético-MG (Jorge Sampaoli) e Grêmio (Renato Gaúcho). E entre todos os 20 participantes, 5 deles não se enquadrariam no novo regulamento. Além dos 4 rebaixados (Goiás, Coritiba, Vasco e Botafogo), o Bahia também demitiu além de conta.
Troca de técnicos no Brasileirão na era dos pontos corridos (2003-2020):
41 - 2003
40 - 2004
35 - 2005
32 - 2010
29 - 2016
29 - 2018
28 - 2006
27 - 2008
[27] - 2020
26 - 2019
24 - 2013
23 - 2007
23 - 2017
23 - 2014
22 - 2009
21 - 2011
19 - 2012
18 - 2015
Se essa restrição atual valesse para o Brasileirão de 2020, teríamos evitado apenas 6 das 27 mudanças de treinadores (22%). Na prática, é um número até certo ponto baixo. Mas se tivéssemos 21 demissões, o número estaria entre os menores desde o início da era dos pontos corridos (em 2003). Em 2015, ano com menos mudanças de treinadores, tivemos 18 trocas.
A repercussão dessa nova regra dividiu opiniões. Na reunião dos 20 times da Série A (foram 11 a favor e 9 contra). Para algumas pessoas, a medida chegou a ser considerada ditatorial. Para outras, isso pode vir a mudar uma rotina comum e ruim do futebol brasileiro. Na prática, porém, acredito que o impacto não será tão grande assim. Até porque acordos deverão ser feitos para que os técnicos peçam demissão, burlando de alguma forma essa nova lei. Ao final do Brasileirão 2021 teremos uma noção melhor. A ver.
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