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Rodolfo Rodrigues: Seleção Brasileira está carente de um capitão
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A seleção brasileira empatou com a Argentina por 0 x 0 nessa terça-feira (16), em San Juan, e manteve sua invencibilidade nas Eliminatórias. O jogo acabou marcado por uma agressão do zagueiro Otamendi, que deu uma cotovelada em Raphinha e sequer levou o cartão amarelo.
Nesta quarta (17), a Conmebol suspendeu o árbitro uruguaio Andrés Cunha e o seu compatriota Esteban Ostojich, que estava no comando VAR. Mas a vergonhosa arbitragem não chegou a surpreender. Ainda mais sendo de um juiz da Conmebol. A cada edição da Libertadores vemos cenas assim, o que é sempre lamentável.
Mas no episódio de ontem, entendo que a falta de capitão que chame a responsabilidade na seleção brasileira ficou bastante evidente. Não estou tirando a culpa do agressor, o covarde do Otamendi, nem jogando a culpa naquele que foi agredido. Há tempos não temos mais essa figura em campo na nossa seleção.
Nos últimos anos, Neymar ganhou a braçadeira como prêmio pela técnica e por ser a grande estrela do time, o camisa 10. Não por méritos, já que está longe de ser o lider do grupo ou aquele cara que motiva e cobra seus companheiros em campo. Neymar é ainda um exemplo ruim em muitos aspectos, perdendo a cabeça ou simulando faltas.
Thiago Silva, o pífio capitão da Copa de 2014, chorou às vésperas da decisão por pênaltis contra o Chile, nas oitavas de final e precisou ser consolado por Felipão. Para piorar, o zagueiro recuperou a braçadeira na Copa de 2018 e até mesmo recentemente. Isso que também está longe de ser aquele jogador vibrante em campo ou que cobre a arbitragem ou vá tirar as dores dos companheiros.
Com o técnico Tite, a seleção brasileira passou a ter o triste rodízio de capitães nas partidas. Aqueles que estão há mais tempo no grupo atual são os mais escolhidos, como o próprio Thiago Silva, Daniel Alves, Marcelo, Miranda, Casemiro e Neymar. Contra a Argentina, o capitão foi Marquinhos. Ótimo zagueiro e talvez um dos melhores que já tivemos, Marquinhos é um jogador calmo, estio "Fair Play". Raramente leva cartão ou é expulso. Muito menos entra em briga ou discussão.
Na partida de ontem, sequer foi tirar satisfação de forma mais calorosa com o árbitro Andrés Cunha, mesmo vendo o companheiro sangrando e tamanha injustiça. Na virada do primeiro para o segundo tempo, ninguém foi cobrar a arbitragem também.
Esse comportamento não é fundamental para o sucesso de uma equipe, mas é um baita diferencial. Já vimos grandes times vencedores que tiveram capitães de pulso, que cobravam companheiros. Dunga, mesmo não sendo um craque incontestável, era um líder invejável em campo. Sisudo, dava botinadas quando necessário, peitava árbitros e cobrava companheiros.
Em jogos mais cascudos, especialmente numa Copa do Mundo, algumas partidas acabam se tornando complicadas e um jogador com esse espírito de liderança acaba sendo essencial. Seria ótimo se alguém mandasse Neymar parar de cavar faltas e se preocupasse apenas em jogar bola na última Copa. Ou que alguém pudesse tirar satisfação com a arbitragem ou com o próprio Otamendi ontem.
Tite pode não gostar ou parece não se importar com seus capitães. Mas acho que poderia rever esse conceito, pensando no objetivo maior, na conquista do hexa no Catar.
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