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Rodolfo Rodrigues: Ótima campanha do Brasil nas Eliminatórias não vale nada
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A Seleção Brasileira empatou com o Equador por 1 x 1 na última quinta-feira (27), pela 15ª rodada das Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2022.
Jogando na altitude de Quito, já classificada para o Mundial do Qatar, sem Neymar e Lucas Paquetá, e diante de uma péssima arbitragem do colombiano Wilmar Roldán, o resultado foi até bom para a Seleção, que manteve sua invencibilidade na competição e ainda igualou a marca histórica e recorde de 31 jogos sem derrota, repetindo seu próprio feito entre 1954 e 1993.
Com a melhor campanha na história das Eliminatórias da Conmebol desde o formato de pontos corridos (todos contra todos em turno e returno), desde 1998, a Seleção Brasileira do técnico Tite vem apresentando números impressionantes. Até a 14ª rodada (estamos na 15ª, mas o Brasil teve um jogo suspenso contra a Argentina, em Itaquera), nenhuma seleção pontuou tanto quanto essa de Tite de 2022. São 36 pontos contra 35 da Seleção Argentina de Marcelo Bielsa que foi para a Copa de 2002 e 33 da Seleção Brasileira das Eliminatórias de 2018.
O aproveitamento de 85,7% é o maior de uma seleção na história das Eliminatórias Sul-Americanas desde 1998. São 11 vitórias e 3 empates em 14 jogos, na maior invencibilidade desde a 1ª rodada, ao lado da Argentina, que também não perdeu nesta atual edição. Entre as seleções com 14 jogos, a de Tite de 2022 é aquela que menos sofreu gols (apenas 5), superando a sua de 2018 (que havia levado 6 até a 14ª rodada).
Com 36 pontos, o Brasil tem ainda mais quatro jogos pela frente: Paraguai (em casa), Chile (em casa), Bolívia (fora) e Argentina (em casa), podendo chegar a 48 pontos. Até hoje, a Argentina de 2002 é a recordista com 43 pontos. Ou seja, a Seleção de Tite de 2022 tem tudo para fechar essas Eliminatórias com a melhor campanha de todas desde 1998 e, quem sabe, ser ainda a única a ir invicta para a Copa nesse período.
Mas todos esses números impressionantes significam que a Seleção de Tite está embalada, pronta para ganhar a Copa do Mundo do Qatar e encerrar o longo jejum de 20 anos? A resposta é não. Nessas Eliminatórias, mesmo não tendo uma seleção repleta de craques, o Brasil vem sobrando diante de fracos adversários. O futebol apresentando pela Seleção Brasileira foi convincente em algumas partidas, como na goleada por 4 x 1 em cima da Seleção Uruguaia. Mas, em grande parte dos jogos, ficou devendo.
Neymar, a grande estrela da seleção, marcou 7 gols (vice-artilheiro) e deu 8 assistências (líder nesse quesito). Mas ainda assim não foi brilhante. Contra o único adversário complicado, a Seleção Brasileira não mostrou força também. No confronto direito entre eles, sem Neymar, o Brasil ficou no 0 x 0 em San Juan, na Argentina. Em 2021, na final da Copa América, no Maracanã, a Seleção Argentina de Messi levantou o caneco com uma vitória por 1 x 0 em cima do Brasil de Neymar.
Sem empolgar e sem mostrar inovações, a Seleção Brasileira cumpriu o seu papel, indo até além do que se poderia imaginar pelo desempenho em campo. Pensando em edições anteriores, essa Seleção de Tite conquistou a classificação da maneira mais tranquila de todas desde 1998. Sequer chegou perto daquela de Felipão de 2002, que se classificou no desespero. Mas, com o futebol apresentado e com a atual geração, nem mesmo esses ótimos números passam confiança ao torcedor.
É difícil imaginar que a Seleção Brasileira de Tite e Neymar, diante de uma forte seleção europeia, consiga manter esse desempenho e essa facilidade em conseguir bons resultados. Ainda faltam 10 meses para a Copa. O Brasil deverá fazer amistosos contra seleções europeias e poder testar seu poder de fogo. Mas hoje, em janeiro de 2022, não dá para botar muita fé.
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