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Basta! Não dá mais para passar o pano para a Vila Belmiro
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Muitos saudosistas, amantes do "futebol raiz" enaltecem a Vila Belmiro como um últimos estádios à moda antiga, que resistiu ao tempo e às modernas arenas do século 21. O estádio do Santos tem lá o seu charme, é recheado de história, principalmente por ter recebido por tantas vezes jogos do Rei Pelé. Mas definitivamente não tem condição de receber partidas importantes. Um jogo ou outro contra times pequenos do Paulistão, ou Copa do Brasil, vá lá. Mas clássico, sem chance. Basta.
As cenas insólitas que vimos nessa quarta (13), na eliminação do Peixe para o Corinthians, foram a gota d'água para a Vila mais charmosa do mundo, como adora dizer o colega Milton Neves. Estádio que não oferece segurança, a Vila Belmiro é um prato cheio para invasores de campo. É muito fácil entrar no gramado. É muito fácil arremessar qualquer tipo de objeto em jogadores e comissão técnica do time adversário - e muitas vezes urina também.
Nessa quarta, vimos cenas piores. Sinalizadores arremessados em direção ao goleiro Cássio. Oito invasores, sendo que um deles deu uma voadora em Cássio, que por sorte não foi em cheio e pela ajuda também do atacante Marcos Leonardo, que entrou na frente para evitar o pior. Na saída do gramado, os jogadores do Corinthians encontraram a porta do vestiário trancada, algo muito comum nos anos 60 e 70 nos campos acanhados da América do Sul para intimidar e encurralar os visitantes.
A Vila Belmiro foi palco em 2022 de uma cena parecida, quando torcedores invadiram o gramado para agredir jogadores do Unión La Calera, pela Copa Sul-Americana. A Conmebol, omissa como sempre, puniu o Santos apenas com uma multa de 30 mil dólares. Sequer tirou mando de jogo do Peixe, que acabou eliminado pelo Deportivo Táchira da Venezuela nas oitavas de final.
Não dá mais para passar pano para a Vila Belmiro. A CBF precisa dar uma grande punição ao Santos. Não financeira. O clube precisa perder mando de campo. A Vila não é estádio para receber jogos grandes, jogos importantes. Os oito torcedores que invadiram o campo e foram presos, sabemos, serão liberados rapidamente pela polícia. Esses caras deveriam ser banidos dos estádios. É preciso uma fiscalização maior em cima dessas pessoas. Os estádios deveriam ser equipados com mais câmeras de segurança. Temos que identificar esses marginais. A revista na entrada dos estádios precisa ser mais rigorosa também.
Em 1964, num clássico contra o Corinthians, a Vila Belmiro recebeu 32 mil pessoas. Houve um desabamento nas arquibancadas, ainda de madeira, mais de 180 feridos. Depois disso, o estádio foi palco de pouquíssimos clássicos nos anos 70. Entre 1976 e 1986, não recebeu nenhum clássico. Depois de 1986, só voltou a receber jogos contra o Corinthians em 1995. Desde então, porém, cenas como as de ontem têm sido frequentes, comuns e sem punição. Nos anos 90, era comum ver jogadores tirando chinelos e tênis arremessados no gramado.
Chega, não dá mais para a Vila Belmiro receber clássicos ou jogos importantes.
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