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Quem jogou mais em uma Copa: Pelé em 1970 ou Maradona em 1986?
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Falta menos de um mês para o início da Copa do Mundo de 2022, no Qatar. Mais precisamente 29 dias. E enquanto a bola não rola no maior evento do futebol, é muito bom relembrar algumas histórias, curiosidades e estatísticas nos mundiais anteriores.
É tempo também de discutir que seleção foi melhor, que atleta brilhou mais. Nós, brasileiros, únicos pentacampeões, temos argumentos de sobra para colocar nossa seleção no topo de várias listas. Pelé, o único tricampeão, também, para nós, é unanimidade. Mas fora, a história não é bem assim. Tanto, que nesse mês de outubro a revista inglesa FourFourTwo colocou Messi, Maradona e Cristiano Ronaldo à frente do Rei em uma lista dos maiores jogadores de todos os tempos.
Nessa última semana, o site SofaScore disponibilizou estatísticas completas de Copas do Mundo anteriores, de 1966 até 2018, com os dados da empresa Opta Sports, a mais conceituada em scout no mundo do futebol. Os dados são impressionantes e inéditos, já que em quase todos os bancos de dados de futebol são disponibilizadas informações recentes, dos anos 90 para cá ou apenas do século 21.
Em cada Copa, de 1966 até 2018, é possível ver o ranking dos melhores jogadores em diversas estatísticas, como os líderes em assistências (algo raro de achar até então), gols de falta, finalizações, grandes chances criadas, passes certos, dribles, desarmes, defesas, enfim, um material bem completo. Muito bom para quem curte números e estatísticas, como eu.
Infelizmente, os dados das primeiras Copas (entre 1930 e 1962) não estão na base de dados, já que a qualidade das gravações impossibilitaram o input de todos os jogos. Mas é muito legal ver alguns números consolidados nesse recorte de 1966 para cá.
Nas assistências, por exemplo, Maradona é o líder nesses últimos 14 mundiais, com oito passes para gols, seguido pelo alemão Littibarski (7) e pelo polonês Lato (7). Pelé, com seis assistências, aparece na quarta colocação ao lado de Totti, Beckham, Hassler, Thomas Müller e Schweisteinger. Mas se pegarmos as Copas anteriores, que não estão no banco da Opta e do SofaScore, Pelé empata com Maradona com oito assistências cada.
Outros dados interessantes são de dribles e desarmes. Messi é o jogador com mais dribles certos em Copas desde 1966. Foram 115 contra 105 de Maradona, 78 de Jairzinho, 61 de Mario Kempes, 60 de Hazard e 56 de Robben. Já o brasileiro Dunga é o líder nos desarmes (105) contra 94 de Lothar Matthaus, 89 de Maldini, 86 de Berti Vogts e 78 de Mascherano. Já em finalizações certas, Ronaldo Fenômeno, o segundo maior artilheiros das Copas, é o líder com 37, seguido pelo alemão Gerd Müller (33) e pelo português Cristiano Ronaldo (33).
Nos comparativos, foi possível levantar também os dados daqueles que considero os dois maiores de todos os tempos e que foram mais brilhantes em uma única Copa: Pelé em 1970 x Maradona em 1986. Curiosamente, nos Mundiais realizados no México e vencidos por eles. Em 1970, Pelé disputou seis jogos, marcou quatro gols (0,7 por partida) e deu seis assistências, participando diretamente de dez gols. Maradona, em 1986, fez um jogo a mais (sete) e marcou também um gol a mais (cinco), mas teve a mesma média do Rei (0,7 por jogo). Dieguito deu cinco assistências, participando diretamente também de 10 gols argentinos naquela Copa.
Nos passes decisivos (que não terminaram em gols), os dois gênios tiveram um desempenho semelhante (28 de Pelé x 27 de Maradona). Nos dribles, o argentino foi melhor. Foram 53 contra 13 de Pelé, sendo 59% certos contra 52% do brasileiro. Maradona também apanhou mais, sofrendo 53 faltas contra 20 de Pelé. Nas finalizações, Pelé teve uma média maior por jogo (5,3 contra 4,3 de Maradona).
Pelé marcou ainda um gol de falta e outro de cabeça. Maradona marcou quatro gols com os pés e um de mão, no lance em que ludibriou o árbitro. Nos passes, Maradona deu mais em média por partida (81 contra 63,8 de Pelé), mas o brasileiro foi mais preciso, acertando 84% dos passes (34,8 por jogo) contra 80% de Maradona (29,9 em média por jogo).
Os números, em si, são bem parelhos — e muito bons. Os dois camisas 10 foram fundamentais para as conquistas de suas seleções. Pelé, que para muitos não teria um grande rendimento, fez um Mundial brilhante, marcando gols, dando assistências e fazendo jogadas geniais. Maradona não ficou atrás e conduziu praticamente nas costas a seleção argentina rumo ao título, sem ter ao lado craques de peso como Rivelino, Gerson, Tostão e Jairzinho. Essa disputa merecia um empate, mas para não ficar em cima do muro, escolheria o Rei Pelé.
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