Abel Ferreira potencializa o coringa Gabriel Menino
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Gabriel Menino saiu do Guarani ainda no Sub-17 para assinar o seu primeiro contrato como profissional com o Palmeiras. Terminou sua formação como atleta de base no clube e integra o grupo principal desde janeiro de 2020. Vem mostrando regularidade acima da média para os seus 20 anos. Com Abel Ferreira vai tendo aproveitada toda a dinâmica que seu futebol oferece. O português já o escalou em cinco funções diferentes em um mês e meio de trabalho.
Quem acompanha Menino desde a base do Palmeiras sabe bem que o atleta pode jogar em diversas posições. Lateral, volante e meia são papeis desempenhados por ele. É primordial, porém, entender a diferença entre posição e função. A função é um papel determinado cumprido pelo jogador para o encaixe do time dentro de um modelo pretendido pelo treinador.
Um lateral, por exemplo, pode atacar em amplitude, bem aberto, ou pelo meio, sendo muito mais um articulador de jogadas. Um volante pode ser mais ''construtor'', jogando na primeira linha de meio-campo e acionando os companheiros, vendo o jogo de trás. Ou pode ser mais ''infiltrador'', chegando na área para finalizar, entrando em diagonais no último terço do campo para dar uma assistência.
Detalhar a função de um atleta, portanto, é muito mais importante do que simplesmente citar a posição em que atua. Na atual organização do Palmeiras, que você pode ler também aqui no blog neste texto, há determinadas funções pré-estabelecidas por Abel Ferreira. A partir delas o treinador português busca o encaixe das características dos jogadores e o melhor funcionamento em todos os momentos das partidas. Vamos entender os diferentes cenários de utilização de Gabriel Menino.
Meia direita, mas....
Nos últimos dois jogos, contra Libertad e Bahia, Gabriel foi escalado como um meia pela direita no 4-1-4-1 do Palmeiras. No momento ofensivo, porém, se alinhava aos zagueiros para fazer a saída de bola com três jogadores pedida por Abel Ferreira. Recuava mais até do que Danilo neste momento. Depois que a bola se aproximava da área rival, se soltava por dentro, mas quase sempre por trás da linha da bola. Marcou um gol. Já no momento defensivo, se alinhava ao meia pela esquerda normalmente e encaixava a marcação em um dos volantes adversários.
Lateral atacando em amplitude
Foi utilizado em três partidas assim. No primeiro jogo contra o Libertad, em Assunção. No segundo jogo contra o Delfín, em São Paulo. E na vitória por 3x0 contra o Athlético Paranaense. Nesta função, não tem a obrigação de se alinhar aos zagueiros na saída de bola, e já se solta dando amplitude ao time, atacando bem aberto pela direita, empurrando o ponta do setor mais para o meio.
O ''corredor'' direito é dele. Chega ao fundo e serve os companheiros em profundidade. No momento defensivo, faz a função de lateral normalmente, protegendo o setor e encaixando a marcação num adversário que entre ali. Chegou a atuar na mesma função, mas pela lateral-esquerda, durante um tempo de jogo contra o Furacão.
Ponta aberto pela direita
Jogou desta forma no primeiro jogo contra o Delfín, pelas oitavas de final da Libertadores. Na ocasião tinha a incumbência de manter-se aberto pela direita a maior parte do tempo, gerando amplitude ao time no setor e atacando a última linha de defesa adversária com intensidade, fechando na segunda trave em jogadas construídas pela esquerda. Fez inclusive um gol desta forma. No momento defensivo, voltava aberto pela direita, tendo como referência de marcação o lateral-esquerdo rival.
Meia direita
Desta forma jogou de maneira mais emergencial. Quando o Palmeiras ficou com um jogador a menos diante do Goiás, entrou no intervalo para formar uma trinca de meio. Era o meia pela direita, à frente do volante, e de uma linha de cinco na defesa. Como o time adotou a postura de jogar em contra-ataques e estava em inferioridade, marcou por zona no setor. Flutuando para o flanco quando o Goiás atacava pela esquerda e fechando o meio quando a bola estava do outro lado. Com a posse, fez movimentos de infiltração para chegar na área ou recebia entre a linha de meio e de defesa do adversário.
Lateral alinhado à saída de três
No jogo contra o Vasco, estreia concreta do trabalho de Abel Ferreira, Gabriel Menino jogou de lateral-direito, mas sem dar amplitude, atacar aberto pelo setor. Se alinhava aos zagueiros para fazer a saída de três e quando a bola se estabelecia no campo de ataque se soltava por dentro, mas quase sempre por trás da linha bola. No momento defensivo se comportava como lateral por seu setor, tendo como referência de marcação quem caísse ali.
Crescimento
Dar chance a jovens jogadores não é necessariamente fazê-los crescer. Motivar o desenvolvimento de um atleta é justamente aproveitá-lo de formas diferentes, mas todas elas apresentando coerência dentro daquilo que Gabriel Menino tem como característica.
E o repertório dele é amplo. Qualidade no passe curto e longo, finalização precisa de média distância, agressividade com a bola, bom posicionamento em campo e visão de jogo apurada. Precisa ganhar mais intensidade, maturidade física e força mental em alguns momentos das partidas, mas o cenário de hoje no Verdão o coloca no rumo certo.
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