Como o Inter reagiu rápido no Brasileirão e deu "respiro" a Abel Braga
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É verdade que a vice-liderança do Inter neste momento no Brasileirão é muito fruto da inconstância dos demais postulantes ao título e do ótimo 1º turno feito pelo Colorado, mas os méritos dos atletas e da comissão técnica do time gaúcho precisam ser citados. O time vem de seis vitórias consecutivas sob o comando de Abel Braga, mesmo com mudanças significativas em seu modelo de jogo.
Há dois meses o Colorado parecia fadado a, no máximo, lutar por uma vaga na Libertadores da América. A conturbada saída de Eduardo Coudet, o anúncio da despedida de D´Alessandro, e o turbilhão político das eleições do clube não davam brecha a expectativas maiores. Para completar, num movimento basicamente injustificável, Abel Braga foi contratado para dirigir o time. O experiente treinador conseguiu suportar a avalanche inicial de críticas, inclusive deste que escreve, e vai moldando o time de acordo com aquilo que acredita.
Antes de mais nada é necessário valorizar a postura dos jogadores do Inter. A famosa ''entrega''. Em nenhuma partida se detectou preguiça ou excesso de abatimento. Mesmo nos piores momentos houve luta e comportamentos condizentes com a história do clube. E isso tem papel fundamental na rápida retomada.
Tanto que em muitos jogos o Colorado não teve um grande desempenho. Mesmo diante de adversário bem inferiores acabou sofrendo durante boa parte dos 90 minutos, mas no fim venceu com estilo mais pragmático e que flerta menos com algo de elaboração sofisticada para atacar.
Mudança de esquema e mexidas no time.
Com Coudet o Colorado formava quase sempre em um 4-1-3-2, esquema tático pouco utilizado e dominado pelos treinadores brasileiros. Abel chegou a escalar um 4-4-2 em seus dois primeiros jogos, mas depois começou a variação entre o 4-2-3-1 e o 4-1-4-1. O número de jogadores envolvidos diretamente nos ataques também mudou. Com o argentino sete atletas costumavam participar ativamente da fase ofensiva. Com Abel são seis.
A principal característica do Inter com ''Chacho'' era a pressão intensa na saída de bola adversária e os movimentos de reação rápida após a perda da bola, o famoso ''perde, pressiona''. No atual trabalho o bloco de marcação foi puxado um pouco mais pra trás e a transição defensiva é mais conservadora, com os atletas recompondo em seus setores prioritariamente.
Em fase ofensiva, os movimentos do time são básicos. Não há tanta preocupação em padronizar a movimentação e a ocupação de espaços. E o time atua com muitas ligações diretas a esmo. Os laterais se alternam no apoio e o lado em que a jogada se desenvolve tem sempre um deles dando amplitude a equipe. Enquanto isso os pontas buscam regiões ''internas'' do campo. Patrick na linha do meia central e Caio Vidal na profundidade, perto de Thiago Galhardo.
Caio, aliás, é um dos jogadores que ganharam espaço justamente por esse caráter de atacar mais em transições com Abel. É rápido e potente fisicamente. Moisés foi outro a subir de produção. Rodrigo Dourado reocupou o seu espaço na frente da defesa.
Bruno Praxedes tem feito bons jogos no meio-campo. E Patrick e Edenilson seguem sendo a força motriz da equipe. Na zaga, Moledo vinha muito bem revivendo a dupla com Cuesta, mas se lesionou e só volta no segundo semestre. Thiago Galhardo é mais uma baixa por lesão nesta reta final e deve ser substituído por Yuri Alberto, que tem um estilo mais conveniente com a atual proposta do time e é o artilheiro da nova ''Era Abelão''.
Recolocação para Abel Braga?
Abel Braga foi escolhido pelo histórico no clube e pela relação de amizade com a diretoria que deixou o comando recentemente. Ele é um dos principais técnicos da história colorada. Foi campeão do Mundo e da Libertadores em 2006, mas nada daquilo que fez em seus trabalhos recentes dava mostras que conseguiria manter o desempenho de um time que brigava pelo título nacional naquele momento.
Sabe-se que Miguel Ángel Ramirez será o técnico do Inter na temporada 2021 e Abel Braga não prosseguirá no clube. Mesmo assim, o treinador de 68 anos parece ter encontrado uma brecha para seguir no mercado, o que parecia impossível após trabalhos lamentáveis em Flamengo, Cruzeiro e Vasco nos últimos dois anos.
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