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Rodrigo Coutinho

Claudinho é o cara do returno do Brasileirão

Colunista do UOL

23/01/2021 04h00

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Uma das equipes que mais cresceram ao longo do Brasileirão foi o Red Bull Bragantino. A sequência de trabalho do promissor técnico Maurício Barbieri deu ao time mais segurança em cima de um modelo de jogo bem organizado, mas um atleta tem feito a diferença dentro de campo. Claudinho é certamente um dos três melhores jogadores da competição e dominou o desempenho individual do Brasileirão no 2º turno.

Grande destaque do time de Bragança Paulista na Série B em 2019, Claudinho começou 2020 alternando entre a titularidade e o banco de reservas. Passou boa parte do Campeonato Paulista e o início da Série A, sob o comando de Felipe Conceição, como suplente. O técnico deixou o clube por problemas de relacionamento com o elenco e, depois disso, o camisa 10 voltou a deslanchar, desta vez num nível maior de competitividade.

Oriundo da base do Santos, mas revelado pelo Corinthians, Claudinho foi adquirido pela Red Bull em 2018. Disputou sua primeira partida profissional pelo Timão em 2016 e logo depois foi emprestado para o Bragantino, ainda sem a parceria com a empresa de energéticos. Passou, também por empréstimo, no Santo André e na Ponte Preta, e aí chamou a atenção do grupo esportivo.

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Números de Claudinho em 2020
Imagem: Fonte: Opta

Recentemente renovou o seu contrato por mais uma temporada com o Red Bull Bragantino. Agora seu vínculo vai até dezembro de 2024. Estima-se que seu valor de mercado gire em torno de R$ 70 milhões e a imprensa austríaca recentemente informou que a filial local do Red Bull, o Salzburg, estaria interessada em levar o paulista de São Vicente para a Europa. Há rumores do interesse da filial de Leipzig também. O clube brasileiro já negou uma proposta do futebol árabe em dezembro.

Com os dois gols marcados diante do Vasco na última rodada ele chegou à marca de 15 tentos anotados no Brasileirão. É o vice-artilheiro junto com Marinho e com mais um gol alcança a ponta ao lado de Thiago Galhardo. O atacante do Inter está lesionado e Marinho dividirá atenções com a final da Libertadores nas próximas rodadas. Imaginar Claudinho como artilheiro da competição é factível.

Principalmente pelo que vem mostrando dentro de campo. A atual temporada é de longe a de melhor média balançando as redes. São 17 gols em 43 jogos, 0,39 por partida. Na temporada ele apresentou 0,23 por jogo no mesmo quesito. A mudança de função com Barbieri ajudou demais!

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No momento defensivo, recompõe ao lado do atacante, à frente da linha de meio
Imagem: Rodrigo Coutinho

Claudinho vem atuando mais centralizado. Com a bola, é um meia-esquerda no 4-1-4-1 do Massa Bruta. Sem a bola, se alinha ao centroavante do time dando o primeiro combate à frente em um 4-4-2. Não tem tantas obrigações defensivas e fica livre para ser acionado nas transições ofensivas. Também não se desgasta tanto marcando, então imprime o gás na construção de jogadas. Algo próximo do que fez na última Série B com Antônio Carlos Zago de treinador.

Características

O meia-atacante é um jogador muito voltado ao terço final do campo. O controle do ritmo das jogadas não é o seu ponto forte. Claudinho tem como traços determinantes o chute de média distância e a capacidade de finalização, o drible curto, a rapidez de raciocínio para resolver jogadas em espaços curtos e com um toque, além do passe final apurado.

Sabe se colocar entre as linhas de meio e defesa do adversário e orientar o prosseguimento da jogada com a posição do corpo, facilitando a ação seguinte, seja um passe, finalização ou drible. É rápido em conduções de bola, atacando espaços, e bate muito bem escanteios, faltas laterais, frontais, e pênaltis. Uma espécie de ''ponta-de lança'' adaptado a demanda do futebol de hoje.

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Claudinho flutuando entre as linhas e acionando rápido os atacantes. Faz isso com muita competência
Imagem: Rodrigo Coutinho

Precisa melhorar o desempenho nas transições defensivas, quando tem dificuldade de produzir pressões pós-perda mais intensas, e também na abordagem de marcação. Ter mais força nesses aspectos, bem como um bom posicionamento para fechar as linhas de passe pode ser determinante para se dar bem na Europa, caso a transferência de fato se concretize.