Raio-x da final parte 3: as bolas paradas de Santos e Palmeiras
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Nos últimos dois dias conhecemos como os finalistas da Libertadores fazem para atacar e se defender. Pontos fortes, fracos, e onde cada equipe pode ser decisiva. Falta, porém, um detalhe importante: as bolas paradas. Hoje vamos mergulhar em alguns segredos deste momento tão fundamental em um jogo de futebol.
Quantas vezes já ouvimos os treinadores se queixando por terem levado um gol de bola parada. Pois é. A irritação tem fundamento. É algo exaustivamente treinado e estudado no futebol de hoje. Não existe time de alto nível que entra em campo, ainda mais em um jogo decisivo, sem saber quais são as principais armas do rival e como neutralizá-las.
Nem sempre é possível. De um jogo para outro podem ser treinadas novas variações e surpresas acontecem. O conteúdo abaixo foi desenvolvido com base nas prováveis escalações dos dois times. Acertar 100% só seria possível com as equipes definidas, mas já dá pra ter uma grande ideia do que acontecerá em campo neste sábado.
Bola Parada Defensiva - Santos
Como vimos no texto sobre os sistemas defensivos, o Santos precisa melhorar o desempenho nas bolas alçadas em sua área em escanteios e faltas laterais. Um a cada três gols sofridos pela equipe com Cuca acontece desta forma.
Em virtude disso, o treinador já até mudou o jeito de marcar. Antes fazia com predominância individual, quando mais jogadores marcam individualmente alvos pré-determinados. Hoje faz com predominância zonal, e passou a ter mais atletas marcando zonas específicas dentro da área.
Baseando-se na provável escalação abaixo, teremos Diego Pituca na primeira trave, e uma linha de três jogadores marcando em zona na altura da risca da pequena área. Alison, Lucas Veríssimo e Luan Peres é a sequência correta. Felipe Jonatan marca a zona da segunda trave.
Antes deles, Lucas Braga, Pará e Kaio Jorge ficam responsáveis por bloquear os principais cabeceadores do Palmeiras. Provavelmente terão Luan, Gustavo Gómez e Luiz Adriano como alvos. A missão deles é obstruir a passagem dos palmeirenses. Não exatamente disputar pelo alto, mas impedir que cheguem equilibrados na região de finalização. No rebote, Marinho e Soteldo ficam prontos para disputar a bola e puxar os contra-ataques.
Já nas faltas laterais na intermediária há uma variação. Em um dos casos o time monta uma linha de sete jogadores na risca da grande área, e esses atletas se dispõem de acordo com o adversário. A referência é buscar o rival com estatura equivalente e acompanhá-lo.
Outra maneira é montar uma linha de cinco jogadores dentro da área (Pará, Diego Pituca, Lucas Veríssimo, Luan Peres e Alison) com outros três atletas (Kaio Jorge, Felipe Jonatan e Lucas Braga) à frente desta linha para bloquear os adversários. Soteldo e Marinho ficam no rebote.
Bola Parada Defensiva - Palmeiras
Especificar exatamente o que cada jogador do Verdão fará nas bolas paradas defensivas é um desafio em virtude das muitas possibilidades de escalações. O que não deverá mudar, porém, é o sistema de marcação predominantemente por zona, quando mais jogadores defendem setores específicos da área.
Trabalhando com o provável time abaixo, Viña protege a primeira trave. Luiz Adriano, Gustavo Gómez e Luan formam uma linha na risca da pequena área marcando por zona, e Patrick de Paula defende o segundo pau. Os bloqueadores são Danilo, Marcos Rocha e Gabriel Menino, que devem ter Lucas Veríssimo, Luan Peres e Kaio Jorge como alvos.
Há a possibilidade de Gabriel Menino se juntar a Raphael Veiga no rebote e o Palmeiras ter dois jogadores nos bloqueios somente. Rony faz o ''balanço ofensivo''. Nas faltas laterais na intermediária, o Porco monta uma linha de sete jogadores um pouco antes da risca da grande área, e mais dois atletas à frente deles para bloquear alvos específicos.
Novamente é possível que Lucas Veríssimo e Luan Peres sejam os bloqueados. Danilo e Marcos Rocha costumam ser os responsáveis por isso. Em faltas laterais depois do bico da grande área, as duas equipes seguem o mesmo padrão dos escanteios.
Bola Parada Ofensiva - Santos
Como acompanhamos no texto desta quinta-feira, o número de gols feitos em bolas paradas aéreas do Santos não é tão alto. Nos 44 jogos que comandou a equipe até aqui, Cuca não conseguiu implementar algo muito marcante em seus outros trabalhos, mas não quer dizer que o Peixe não tenha suas armas neste momento do jogo.
Soteldo geralmente é o cobrador dos escanteios. Por motivos de desgaste, Marinho também bate em alguns momentos, mas o camisa 10 é o principal responsável. Na área, Kaio Jorge, Lucas Veríssimo, Luan Peres, Alison e Lucas Braga. No rebote, Marinho e Felipe Jonatan. Diego Pituca e Pará fazem o ''balanço defensivo''.
O alvo mais frequente é Lucas Veríssimo, que quase sempre ataca o centro da área, mais voltado ao 1º pau, junto com Kaio Jorge. Luan Peres e Alison se lançam mais na altura da segunda trave, e Lucas Braga fica mais atrás, na região da marca do pênalti. Local onde a defesa palmeirense mais sofre gols em escanteios.
Há uma boa variedade de jogadas a partir de escanteios curtos também. Neste caso, os dois homens do rebote encostam para jogar com Soteldo e produzem uma triangulação para cruzar na área, ou até mesmo finalizar, principalmente se for um escanteio pelo lado direito do campo.
Bola Parada Ofensiva - Palmeiras
Em comparação ao Santos, o desempenho do Palmeiras com Abel Ferreira na bola parada aérea ofensiva é superior. Basicamente um a cada cinco gols marcados pela equipe nos 25 jogos comandados pelo português saem desta forma. Há times com potencial maior, mas o alviverde mostra-se forte neste sentido.
O repertório de jogadas em escanteios e faltas laterais é bem extenso. Há até mesmo casos em que jogadores que estão no ''balanço defensivo'' participam dos lances após uma cobrança curta. Não se surpreenda se Abel Ferreira bolar algo diferente para a final. No jogo de ida contra o River, pela semifinal, o Porco marcou o terceiro gol em um lance inusitado, mas nitidamente ensaiado.
Raphael Veiga e Gabriel Menino se revezam nas cobranças dos escanteios, mas o camisa 23 é mais frequente. Na área, Viña, Luiz Adriano, Gustavo Gómez, Luan e Rony devem ser os caras. Patrick de Paula ou Zé Rafael, dependendo de quem jogar, e Gabriel Menino ficam no rebote. Marcos Rocha e Danilo fazem o ''balanço defensivo''.
Na maioria das vezes, Viña e Luiz Adriano puxam a marcação na primeira trave, um deles busca bloquear o adversário que marca a bola no setor e abrir caminho para Gustavo Gómez e Luan vindo de trás. A dupla de zaga é muito procurada nos escanteios. Rony fica mais na segunda trave e bastante ligado em casos de rebote.
Não é raro ver o Palmeiras cobrar os escanteios mais abertos, antes da marca do pênalti, para que os zagueiros possam atacar a bola longe dos jogadores mais altos do adversário, e é justamente neste trecho da grande área que o Santos sofre mais gols em escanteios.
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