Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Hulk pode dar o que mais faltou ao Galo em 2020
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O Atlético Mineiro segue movimentando o mercado brasileiro e reforçando o seu elenco. O clube anunciou o atacante Hulk, e a principal contribuição que o jogador de 34 anos deve oferecer ao alvinegro é justamente a maior carência da atual temporada: gols. Jorge Sampaoli tem a missão de aproveitá-lo da melhor forma possível. Confira as possibilidades.
Hulk saiu do Brasil com apenas 18 anos. Ainda chamado de Givanildo, foi revelado pelo Vitória e teve passagem pela base do São Paulo e do Serrano, time do seu estado natal, a Paraíba. Foi negociado com o futebol japonês em 2004, após apenas dois jogos nos profissionais do rubro-negro baiano. Com boas passagens por Kawasaki Frontale, Consadole Sapporo e Tokyo Verdy chamou a atenção do Porto em 2008.
Já com 22 anos, na Europa, Hulk mudou o patamar de sua carreira com ótimos momentos no Dragão durante quatro anos, manteve o sucesso em outras quatro temporadas no Zenit, da Rússia, e chegou ao futebol chinês em 2016. Na principal liga asiática não foi diferente. Aumentou sua galeria de troféus na carreira e marcou história no Shaghai SIPG, como ressalta o jornalista especializado em futebol chinês, Leonardo Hartung:
''O Hulk cumpriu as expectativas e deixou um legado grande. O Shangai nunca foi um time tradicional e, desde que ele chegou, o clube deu um salto. Passaram a brigar pelas principais competições. Em 2018 desbancaram o Guangzhou Evergrande, que ganhava há sete anos consecutivos a Liga Chinesa. O auge dele aconteceu de 2016 até 2018. Em 2019 já não foi tão bem e em 2020 teve o seu pior ano. Foi uma temporada atípica para todos, mas houve uma queda. De uma forma geral ele ajudou muito a mudar o patamar do clube. Recentemente vem sendo um jogador mais individualista e com menos explosão, o que chama a atenção, mas ainda não dá para cravar que está em declínio'', analisa Hartung.
Bola na Rede
Sabe-se que um dos pontos problemáticos do Atlético Mineiro atualmente é converter o domínio da posse de bola e ações ofensivas em gols. Por vezes cria bastante, mas não coloca a bola na rede com a frequência esperada. A média de gols marcados por Hulk ao longo da carreira, somada a taxa de conversão das chances reais que teve na última temporada, estão acima de qualquer outro atacante do elenco atleticano.
A cada duas partidas Hulk faz um gol. Segue com uma finalização muito potente, principalmente recebendo pela direita, cortando pro meio, e batendo forte. São inúmeros os gols feitos assim na carreira, bem como os marcados a partir da faixa central, chutando da entrada da área. Cobra pênaltis e faltas muito bem também.
Encaixe Tático
Buscar a melhor forma de Hulk sentir-se confortável para oferecer os gols que o Galo precisa é missão de Jorge Sampaoli. O argentino é adepto do jogo de posição, quando cada atleta se movimenta dentro de um setor específico do campo. A proposta é gerar uma circulação de bola mais fluida e rápida, proporcionando interações entre jogadores de diferentes setores e superioridade em todos os espaços ofensivos.
Hulk já funcionou assim no Porto. Bem aberto pela direita, buscando jogadas de 1x1 contra o lateral-esquerdo rival. A questão é que fisicamente, apesar de ainda muito forte, não tem a mesma explosão e intensidade, precisa que seu caminho até a meta seja encurtado.
No atual Galo, Savarino, o ponta pela direita, é responsável por ''abrir'' o campo ali, dar amplitude ao time no setor. Presume-se que Hulk jogue nesta faixa, é onde se sente mais confortável, mas talvez Sampaoli precise pensar em uma solução. Promover a flutuação de Hulk para o centro, para que se posicione entre as linhas de meio e defesa do adversário, na altura do bico da grande área, é uma alternativa.
Guga e Mariano, laterais do elenco atleticano hoje, podem tranquilamente ser essa figura mais aberta pela direita. Esse papel combina muito mais com as características deles inclusive em comparação ao que vêm fazendo atualmente: jogando mais na faixa central, na ''base'' das jogadas.
Outra hipótese para Hulk é atuar em uma dupla de ataque. Recentemente vinha sendo escalado assim por Vitor Pereira, técnico do Shangai SIPG. Sampaoli, porém, não costuma montar o Atlético desta forma.
Atuar como o ''9'' da atual engrenagem do Galo também não parece preencher devidamente as características de Hulk. A leitura de espaços na faixa central do campo, os movimentos corretos de atração aos zagueiros adversários para fora da linha defensiva, e o jogo de costas, não são especialidades do novo camisa 7 atleticano.
Ganho de Hierarquia
Por mais que a visão míope de muita gente influenciada pelo fracasso brasileiro na Copa de 2014 diga o contrário, Hulk é um ótimo reforço para o Atlético. Se Sampaoli encontrar a melhor alternativa para encaixá-lo no modelo ofensivo do time, a resposta virá. Um atleta que ganha 16 títulos em 17 anos de carreira, tem mais de 40 jogos e um Mundial disputado como titular pela Seleção Brasileira, traz outro nível de relevância ao elenco. Basta que ele queira!
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