Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Ceni devolve liberdade a Gabigol e ele volta a decidir na reta final
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Um pouco mais livre das lesões que atrapalharam a sua temporada 2020, Gabigol voltou a aparecer como figura letal na reta definitiva do Brasileirão. Foi titular em dez dos últimos 11 jogos do Flamengo e balançou as redes em sete deles. A subida de produção também tem a ver com um comportamento tático que o leva de volta à liberdade que o faz render mais.
Nenhum outro treinador ao longo da carreira o entendeu melhor que Jorge Jesus. Gabriel é criativo, explosivo, imprevisível, veloz, habilidoso e potente. Deixá-lo preso a uma função específica no ataque é restringi-lo. O português compreendeu isso com muita rapidez e deu a Gabigol aquilo que o potencializa a ponto de desequilibrar: liberdade total. Um típico ''atacante dos anos 90'' no Brasil.
Ceni vem repetindo a estratégia e, à parte os problemas de relacionamento que já pareceu ter com o atleta, colhe os frutos. Obviamente que o camisa 9 está inserido dentro de um contexto no time rubro-negro. O atual comandante busca repetir o funcionamento ofensivo do Flamengo de Jorge Jesus. Liberdade de movimentação e trocas de posição constantes no quarteto ofensivo.
Gabriel sai da área. Bruno Henrique e Arrascaeta se revezam entre dar profundidade, jogar entre a defesa e o meio rival, e abrir o campo pela esquerda. Everton Ribeiro flutua da direita pro centro. E o time vai tentando se mexer coordenadamente perto da área adversária, ocupar e atacar os espaços com inteligência. O entendimento não é o mesmo de 2019, mas o ataque produz.
Pelas características que Gabigol possui, estar de frente para a defesa rival, principalmente partindo do lado direito do campo, onde tem mais possibilidades de jogadas com a sua perna esquerda, faz com que ele possa buscar o tipo de jogada que mais lhe favorece. Além disso cria dúvida na defesa oponente. Pelo desequilíbrio que gera, obriga muitas vezes um zagueiro ou o lateral a se afastar de seu setor de origem, proporcionando espaços aos companheiros.
Em virtude disso o atacante sofreu tanto para se adaptar ao ataque posicional implementado por Domènec Torrent. Viveu seu pior momento no clube. Como referência fixa entre os zagueiros ou atuando como ponta, Gabriel não consegue fazer a diferença, talvez esteja aí um dos motivos de não ter feito sucesso no futebol europeu.
Na noite de hoje o torcedor rubro-negro sabe de quem esperar os gols. O camisa 9 é o principal responsável por isso e caminha a passos largos para ser um dos grandes jogadores da história do clube. Tem apenas 24 anos e uma longa trajetória pela frente. Dentro de campo já mostrou como pode acrescentar. Se conduzir sua carreira de forma inteligente, pode colher muita coisa boa.
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