Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Quem é quem na 3ª fase da Libertadores
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Depois de duas etapas classificatórias já definidas, oito times se enfrentarão a partir do próximo dia 06 de abril para resolver os quatro clubes que entrarão na fase grupos da Taça Libertadores da América 2021. O nível inicial chamou a atenção positivamente. Tivemos duelos interessantes e equipes que prometem fazer um bom papel caso alcancem de fato o próximo estágio. Confira o panorama abaixo:
Libertad x Atlético Nacional
Os colombianos jogaram o melhor futebol dessas duas primeiras fases da Libertadores. Eliminaram com supremacia o também paraguaio Guarani. Vitória por 2x0 em Assunção e triunfo por 3x0 em Medellín. A goleada no placar agregado retrata a superioridade do time dirigido pelo brasileiro naturalizado costarriquenho Alexandre Guimarães. Mesmo com pouco tempo de trabalho, o time já consegue desenvolver um padrão de jogo bem agradável e competitivo.
O destaque dos Verdolagas fica para Jarlan Barrera e Andrés Andrade. Com total liberdade de movimentação, a dupla de meias tem ainda o auxílio de Sebastian Gómez, Perlaza e Rovira no setor. Álvez é o centroavante. Candelo é uma ''bala'' como lateral pela direita. Time de posse de bola, troca de passes curtos e agressividade perto da área. Sem a bola protege bem a área defensiva. É favorito diante do Libertad.
Os paraguaios eliminaram a Universidad Católica do Equador, mas passaram um sufoco gigantesco dentro de casa. Trata-se de uma equipe de ligações diretas e contra-ataques perigosos, principalmente envolvendo Bareiro e Ivan Franco pelos lados. Tem força física e leva vantagem também nas bolas aéreas. Possui atacantes com ótimo poder de definição, mas falta criar um pouco mais e ter regularidade defensiva. O técnico argentino Daniel Garnero chegou há pouco tempo e ainda busca fazer o time evoluir.
Independiente del Valle x Grêmio
Pedreiraça para o time brasileiro! Por mais que não consiga manter o desempenho fora de casa e tenha problemas defensivos, o Independiente del Valle é certamente um dos times mais envolventes do futebol sul-americano hoje. Miguel Ángel Ramirez deixou o comando da equipe para tentar sucesso no Internacional, mas o padrão de jogo foi mantido com o português Renato Paiva, contratado justamente com esse intuito.
O Del Valle é um dos poucos clubes do continente a manter uma filosofia de futebol da base ao profissional, o que facilita no lançamento de jovens valores e no desenvolvimento mais rápido deles. Além disso é um clube de pouca torcida, o que de certa forma reduz a pressão. A espinha dorsal é bem próxima do time do ano passado e é difícil apontar um destaque individual. Coletivamente o time é forte. Cria muito a cada jogo. Gosta da posse de bola e é agressivo sempre, mas deixa espaços atrás.
Definir a estratégia correta vai ser determinante para o Grêmio, principalmente no jogo de ida, que será disputado na altitude de Quito. Renato já montou o Imortal para jogar nos contra-ataques algumas vezes, e essa alternativa é a mais indicada na primeira partida. Sem se expor, tentando ocupar a área defensiva e impedir as muitas chances geradas pelos equatorianos, mas ao mesmo tempo imprimindo velocidade na retomada da bola e se aproveitando das transições defensivas irregulares do oponente.
Bolivar x Junior Barranquilla
Dos oito classificados o Bolivar é certamente o time mais frágil tecnicamente, mas conta com a altitude de La Paz a seu favor e novas ideias de jogo sendo desenvolvidas pelo técnico espanhol Natxo Gonzalez. Ele chegou nesta temporada e vem implementando um jogo menos direto na equipe. Estimula a troca de passes curtos e mais critérios na hora de se aproximar da meta adversária. O time vem se desenvolvendo neste sentido.
Do outro lado está o Junior Barranquilla, que é superior tecnicamente e busca o mesmo estilo de jogo sob o comando do ex-zagueiro Luis Perea. Consegue executar a proposta com mais naturalidade. Primeiro pela qualidade de seus meias e atacantes, e segundo pela sequência do trabalho. Ele assumiu o clube no ano passado e tem boa parte da base repetida desta vez. Borja e Téo Gutiérrez formam a dupla de ataque. Hinestroza, Luis Gonzalez, Didier Moreno, Pajoy e Cetre são bons coadjuvantes. Viáfara apoia muito pela direita.
A principal diferença entre as equipes está no sistema defensivo. O Bolivar mostrou-se um time frágil neste sentido quando atuou fora de casa contra o Montevideo Wanderers. Até mesmo em La Paz deu chances aos uruguaios em inferioridade numérica, apesar da goleada por 5x0. Os colombianos possuem uma dupla de zaga mais firme e confiável, além de conseguir recuar o bloco de marcação e explorar os contragolpes com eficiência. O Junior é favorito!
San Lorenzo x Santos
Outro duelo muito difícil envolvendo um brasileiro. São duas equipes com propostas bem diferentes na hora de atacar. Enquanto o Peixe, de Ariel Holan, trabalha mais a bola com paciência e se utiliza do ataque posicional para criar. O Ciclón, de Diego Dabove, é mais vertical e direto. Um time extremamente físico. Mesmo com trabalhos muito embrionários já é possível perceber a marca dos dois treinadores nos times.
A chave do Santos para se impor é tirar a velocidade da partida em muitos momentos. Não que o San Lorenzo seja um time necessariamente rápido, mas trata-se de uma equipe que precisa do ''contato'', do choque, para se impor. Faz muitas ligações diretas para Di Santo ganhar a primeira bola pelo alto e a partir daí gera ações rápidas com Juan Ramirez, Palacios e os irmãos Romero, seja quem estiver jogando. Marca forte a saída de bola adversária e às vezes exagera nas entradas com Braghieri, Gordillo e Diego Rodrigues. Time viril!
Tecnicamente o Peixe é superior. Por isso tentar trabalhar a bola com calma e não entrar no jogo de transições que muitas vezes o San Lorenzo propõe será melhor. Se mexer dentro dos setores para gerar as linhas de passe é determinante para sair das ''pressões altas'' que os argentinos certamente farão. A bola parada aérea também precisa de atenção. O time de Dabove é forte nesse aspecto. Mesmo estando mal posicionado no campeonato local, o San Lorenzo representa um risco ao Santos pelo encaixe de características entre os times.
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