Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
2021 pode marcar ascensão de Gabriel Pec no Vasco
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O bom trabalho feito por diversos profissionais nas divisões de base do Vasco nos últimos anos resultou na chegada simultânea de jogadores de talento ao elenco profissional. Um deles é o meia-atacante Gabriel Pec, destaque deste início de 2021 entre os jovens disponíveis para o técnico Marcelo Cabo. Artilheiro do clube até aqui, o canhoto, natural de Petrópolis e mais um oriundo do futsal Cruzmaltino, mostra evolução e se firma na equipe.
Os quatro gols marcados em nove jogos na atual temporada, oito deles como titular, ainda é pouco dentro da projeção esperada para o garoto que saiu da quadra para o campo de São Januário. Mesmo caminho feito por alguns craques num tempo não tão distante. É o terceiro ano dele entre os profissionais, mas o primeiro com sequência no time principal.
Vanderlei Luxemburgo foi o responsável por subir Gabriel Pec em setembro de 2019. Entrou em oito jogos naquela edição do Brasileirão. No ano seguinte fez 20 partidas. Passou toda a temporada entre o Sub-20 e o time de cima. Ganhou uma Copa do Brasil na base e chegou a ser titular em cinco ocasiões nos profissionais. Foi importante para dar sequência ao desenvolvimento.
Agora, com Marcelo Cabo no comando, tem sua maior sequência e parece desabrochar, dar um passo na carreira. Logicamente que precisará se provar em jogos de mais dificuldade e terá uma Série B pela frente no segundo semestre, competição mais difícil e desafiadora que o Estadual do Rio.
Características
Gabriel Pec jogou em três funções diferentes na base do Gigante da Colina. Aberto nos dois lados do campo - como ponta -, ou por trás do centroavante - como um típico ''ponta-de-lança'', basicamente um segundo atacante pelo meio. Mas rende melhor pelo lado direito. No setor consegue um ângulo de ação maior com sua perna esquerda e pode fazer o tipo de jogada que mais lhe agrada.
É um atleta de velocidade, repertório vasto de dribles e agressividade ao conduzir a bola na direção da área. Força jogadas de 1x1 exatamente por isso. Funciona bem também em contra-ataques e atacando a profundidade nas costas da defesa rival.
Por ter a tendência a acelerar constantemente, precisa aprimorar sua leitura de jogadas nas proximidades da área, principalmente quando há a necessidade de cadenciar o ritmo para encontrar os espaços com mais paciência, algo que ganhará naturalmente com o tempo. Finaliza bem de média distância e auxilia na circulação da bola pela sua mobilidade e boa técnica de passes curtos.
No momento defensivo auxilia bastante ao retornar com intensidade em seu setor, pressionando a bola e fechando os espaços. Fisicamente tem se desenvolvido desde que subiu para aguentar o tranco com mais facilidade, mas ainda pode se aprimorar nisso. Em duelos mais ríspidos tem dificuldade.
Atualmente utilizado como ponta pela direita, Pec possui a missão de abrir o campo em determinados momentos, ficar bem aberto para ''alargar'' a defesa adversária quando a bola ainda não chegou ao seu setor. Com ela dominada, ou quando Léo Matos apoia, ganha liberdade para circular por dentro. Na primeira situação tem demonstrado mais eficiência.
Sequência de trabalho x Oscilações
Não só para Gabriel Pec, mas para os outros jovens recém-chegados aos profissionais, é fundamental ter sequência com a mesma comissão técnica. Desde que seja um trabalho bem-feito, logicamente, cria-se uma série de hábitos e padrões de comportamento no jogador. A partir daí ele se desenvolve mais naturalmente em todos os âmbitos, e tem segurança no processo que está vivenciando. O Vasco e todos os clubes precisam entender isso.
Mudanças constantes causam necessidade de recomeços e tudo o que está atrelado a isso. Se atletas mais experientes sofrem para se adaptar, o que dirá dos que ainda estão em fase de maturação profissional. Neste fenômeno muitos jogadores perdem rendimento e não se sabe exatamente o motivo. Cuidar disso é determinante para não atrapalhar a evolução natural de um jovem jogador.
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