Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Início da Série B confirma protagonismo e bom trabalho do Náutico em 2021
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Líder isolado da Série B com 100% de aproveitamento, o Náutico anima não só pela pontuação, mas pelo desempenho que vem mostrando desde o início de 2021. Se a ótima campanha no Campeonato Pernambucano foi vista com certa desconfiança pelo nível da competição, o início da caminhada rumo à elite nacional corrobora o bom trabalho feito pelo Timbu.
São 17 jogos e apenas uma derrota na temporada, ocorrida quando o time já tinha a classificação garantida para a fase final do Estadual e poupou alguns titulares contra o Sport. No restante, muita agressividade em campo. Seja com a bola ou sem ela, postura que tem se repetido independentemente do estádio em que atua, e que parece que será o norte do time dirigido por Hélio dos Anjos.
O experiente treinador está em sua terceira passagem pelo Alvirrubro, e assumiu o comando em novembro do ano passado, no início do returno da Série B. O Náutico era o 17º colocado na ocasião, estava na zona de rebaixamento, e terminou uma posição acima, permanecendo na ''Segundona''.
Mesmo tendo subido pouco em termos de posição na tabela, o aproveitamento foi superior ao do 1º turno, e uma base começou a ser formada sob a regência daquilo que pautou boa parte da carreira do treinador. Firmeza e competitividade. A partir de janeiro a parte ofensiva foi se desenvolvendo e o conjunto cresceu, resultando na atual equipe.
O time geralmente é montado no 4-2-3-1 e gosta de marcar a saída de bola dos adversários, principalmente nos jogos dentro de casa. Com o placar favorável, recua um pouco o bloco para aproveitar a velocidade de alguns jogadores. Erick principalmente. Mas aqui vai uma preocupação. O ponta tem contrato de empréstimo prestes a se encerrar, pertence ao Sporting Braga, e ainda não houve acordo por uma renovação.
Perder Erick seria ruim neste momento. Além da importância nas transições ofensivas, ele entende bem o movimento que Hélio pede a seus pontas. Muitas vezes flutuam dos lados para o centro, entrando em diagonal na direção da área ou povoando o espaço entre a linha de defesa e a linha de meio rival quando o camisa 10 Jean Carlos não está por ali. Erick e Vinícius são fundamentais no volume ofensivo que o quarteto, que ainda tem o experiente Kieza, costuma gerar.
Hereda e Bryan, os laterais, ganham liberdade para apoiar à medida que a bola vai chegando ao campo de ataque, e o bom volante Rhaldney se soma a eles. Ele é o elemento surpresa do meio-campo. Faz infiltrações e busca sempre o setor da bola para auxiliar na articulação. Dá ritmo ao momento ofensivo do Timbu. Já o outro volante, Djavan ou Matheus Trindade, fica por trás da linha da bola, pronto para auxiliar os zagueiros nas transições defensivas.
Importante frisar também a liberdade de movimentação dada a Kieza e Jean Carlos. O centroavante e o meia-central, respectivamente, atuam preferencialmente na faixa central do campo, cada um em sua zona de especialidade, mas são vistos constantemente variando para um dos lados e têm esses movimentos compensados pelos pontas ou por Rhaldney. Algo feito com intensidade e coordenação na maior parte do tempo.
Mesmo com a grande propensão ofensiva de seu jogo, não dá para considerar o Náutico um time de muita posse de bola. É uma equipe bem mais vertical do que de longas trocas de passe, mas sem utilizar tantas bolas longas para atacar. Outro caráter destacável é a agressividade e a coordenação para subir as linhas de marcação e sufocar a saída de bola rival, bem como as pressões pós-perda feitas logo após sofrer um desarme ou errar um passe na intermediária ofensiva.
A dupla de zaga formada por Camutanga e Wagner Leonardo auxilia no desenvolvimento dessa postura. São defensores rápidos e de boa técnica com a bola para o nível da Série B, o que encoraja o time a ter o comportamento citado. Zagueiros que garantem uma boa recuperação no caso de jogarem um pouco mais expostos.
Além da questão de Erick citada acima, mais dois detalhes podem gerar oscilações ao Timbu nesta Série B. Um deles é a diferença que o time costuma apresentar entre o 1º e o 2º tempo. No Campeonato Pernambucano isso aparecia com mais veemência. A equipe fisicamente não rendia o mesmo, e o próprio comportamento anímico caía. Mesmo sendo algo que melhorou recentemente, é bom ficar de olho.
A outra preocupação é com a maratona de jogos. Por mais que não tenha disputado a Copa do Brasil e a Copa do Nordeste, o Náutico não possui um elenco equilibrado. É um problema de vários clubes nesta Série B, mas há um desnível considerável entre titulares e reservas, inclusive com características de reservas, em determinadas funções, que não representam reposição à altura no caso de uma lesão mais grave de algum titular.
Se Hélio dos Anjos, os atletas, e a comissão técnica conseguirem minimizar as perdas que podem surgir no caminho, o Náutico é um forte candidato a voltar para a Série A depois de nove anos de ausência e até um rebaixamento para a Série C em 2017.
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