Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Muito mais que o gol: como Veiga desequilibrou o Choque-Rei da Libertadores
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Quando um jogador marca o gol que inaugura o placar e começa a resolver um jogo decisivo, é natural que todos os holofotes se voltem para ele. Raphael Veiga foi o responsável por abrir caminho na vitória por 3x0 sobre o São Paulo. O resultado deu ao Palmeiras a vaga na semifinal da Libertadores, mas sua influência em campo foi bem além disso. Se tornou a peça-chave de Abel Ferreira para gerar desequilíbrios no sistema defensivo tricolor.
Abel Ferreira e Hernan Crespo optaram por formações e estruturações táticas bem parecidas as do primeiro jogo. Uma linha de quatro atrás, mas com os dois laterais-esquerdos resguardando a posição, os laterais-direitos livres para atacar, e um dos meias saindo do lado direito para o meio. No caso do São Paulo, Rodrigo Nestor. No caso do Palmeiras, Raphael Veiga, este bem mais agudo e decisivo.
O 1º tempo pode se dividir em dois momentos. Até o primeiro gol do Palmeiras, e depois disso. O Verdão começou de forma bem agressiva. Ocupando o campo de ataque e circulando a bola com velocidade, buscando movimentos de Rony para receber em profundidade, e toda a liberdade dada a Raphael Veiga, que circulava da direita pro meio, se somava ao setor da bola, e gerava muitos problemas aos encaixes de marcação do São Paulo.
Léo não sabia se deveria seguir o camisa 23 alviverde e se distanciar muito de seu setor. Luan acabava fazendo isso, e Dudu tinha que ser vigiado por Arboleda, que por sua vez se distanciava de Miranda e gerava espaços. O Palmeiras parecia pronto para aproveitar isso, mas acabou marcando mesmo em um contra-ataque. O zagueiro equatoriano errou um passe e Zé Rafael atropelou Daniel Alves na puxada rápida transição. Veiga, o homem do jogo, marcou na saída de Volpi.
Em vantagem no placar, o time da casa se retraiu e passou a jogar nos contra-golpes. O São Paulo tinha a bola, mas a movimentação era tímida, insuficiente para fugir dos encaixes de marcação do Palestra, o que travou a construção da equipe. Rodrigo Nestor e Gabriel Sara finalizaram com perigo da entrada da área, mas muito pouco para empatar. Os anfitriões foram mais perigosos. Raphael Veiga, em duas ocasiões, e Rony, quase ampliaram o marcador.
Na 2ª etapa, Crespo voltou com Rojas no lugar de Luan. Montou a equipe num 4-3-3, com o equatoriano aberto pela direita e Rigoni pela esquerda. Depois inverteram. Por mais que isso mudasse a definição dos encaixes do Palmeiras, não alterou o ponto principal. O Tricolor seguiu com pouca mobilidade para a demanda que jogo apresentou. Ocupava o campo de ataque, trocava passes, mas não penetrava com contundência. O Verdão defendia muito bem. Gustavo Gómez e Zé Rafael sobravam nos duelos!
Wesley foi outro a se destacar bastante nos contra-ataques, além do ótimo trabalho de marcação feito em cima de Daniel Alves. Com o São Paulo mais exposto, o Palmeiras conseguiu ampliar com Dudu, em lindo chute da entrada da área. Ele ainda teve a chance de fazer outro na sequência. Veiga se desequilibrou após driblar o goleiro e perdeu gol feito, mas Patrick de Paula não perdoou, fez o terceiro do Verdão na reta final.
A equipe do Morumbi não conseguiu pressionar para diminuir o placar. Crespo não teve a mesma sagacidade e percepção de Abel Ferreira. Não criou um ''fato novo'' na movimentação ofensiva de seu time. Os jogadores do São Paulo não conseguiram igualar a intensidade e a atitude dos palmeirenses em campo, e o resultado foi justíssimo.
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