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Coutinho: Fluminense teve queda de desempenho acentuada em 2021
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O Fluminense decide hoje uma vaga nas semifinais da Libertadores, fase que não alcança desde 2008, quando perdeu o título para a LDU. Está nas quartas de final da Copa do Brasil. Foi vice carioca para um Flamengo muito mais forte e rico. Olhando por essas óticas, não parece um 2021 ruim, mas se compararmos o desempenho do time em relação ao ano passado, a coisa muda de figura.
Concluir uma queda no nível da equipe somente pela atual 15ª colocação no Brasileirão também é injusto. Cabe lembrar que na temporada 2020 o Tricolor disputou somente o campeonato nacional a partir da volta do futebol em meio à pandemia. Já tinha sido eliminado da Copa Sul-Americana e da Copa do Brasil. A esperada manutenção da competitividade, porém, não vem acontecendo.
O trabalho do ano passado foi iniciado por Odair Hellmann, que desenvolveu o modelo adotado. Pouca elaboração de jogadas quando entrava em fase ofensiva, mas organização na ocupação de espaços e nos movimentos com a bola. O principal ponto do time não era esse. O Fluminense possuía muita segurança na defesa, intensidade na abordagem de marcação, ótima proteção de área, setores compactos, e apresentava organização para explorar contra-ataques.
Marcão assumiu após a saída de Odair para o futebol dos Emirados Árabes. Teve um início irregular, mas retomou o caminho ao prosseguir com a proposta do ex-técnico colorado. É um dos auxiliares da comissão técnica permanente, e relevante parcela da torcida tricolor pedia sua efetivação no cargo. Roger Machado foi o escolhido para 2021. Cheguei a abordar em fevereiro, aqui na coluna, os desafios dele no Fluminense.
O Tricolor teve bons momentos no ano. Se classificou em um grupo complicado na Libertadores. Jogou melhor que o River Plate nas duas partidas diante dos argentinos. Ficou quase dois meses sem perder entre março e maio. Mas não manteve a regularidade em alto nível. Sempre oscilando e deixando de gerar confiança sobre o que pode fazer exatamente. Nos últimos oito jogos foram apenas duas vitórias conquistadas. Há menos de um mês foi derrotado pelo Criciúma, que joga a Série C do Brasileirão.
O time teve boas atuações com Roger com a estratégia de jogar em contra-ataques, mas o desempenho defensivo passa muito longe de ser tão regular quanto o de 2020. Por mais que busque uma proposta mais bem elaborada na parte ofensiva, em comparação ao último trabalho do clube, isso não se mostra eficiente na sequência de jogos. O time não é confiável.
Algo que pesa negativamente na avaliação é a melhora do elenco. Roger tem mais opções de qualidade em relação a Odair Hellmann e Marcão, mas o retorno não tem aparecido. Podemos questionar o custo-benefício de algumas aquisições e permanências. Ganso, Bobadilla e Cazares são alguns deles, mas é inegável a oferta maior de características e capacidade técnica.
O jogo desta noite por si só não define nada, além de uma eliminação ou classificação, mas ajudará a entendermos em que prateleira colocaremos o Fluminense e Roger Machado nos próximos meses. Não houve crescimento no futebol apresentado.
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