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Coutinho: Raphinha rouba a cena em mais uma atuação péssima da Seleção
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Desde pouco antes da Copa do Mundo de 2018 a história se repete. O Brasil não consegue ter uma sequência de atuações convincentes. Parece regredir a medida que o Mundial do Catar se aproxima. O pobre desempenho diante da Venezuela foi salvo pela entrada de Raphinha na 2ª etapa, mas Tite segue sem definir uma escalação base e vê seu modelo ser executado de forma ''capenga''. Sigo achando que o atual treinador da Seleção é, entre os brasileiros, o melhor nome para o cargo. Mas será necessário aprimorar a autocrítica e rever escolhas e decisões se quiser ver seu time evoluir.
Tite repetiu o 4-4-2 da última partida, mas desta vez com Gabigol e Gabriel Jesus no comando do ataque. Fabinho, Thiago Silva, Guilherme Arana e Alisson foram titulares. Na Venezuela, o técnico Leonardo Gonzalez fez seis mexidas em relação ao time que entrou em campo na última rodada das Eliminatórias e deve ter saído feliz com o desempenho de sua equipe. Os venezuelanos aproveitaram a postura bisonha da Seleção no 1º tempo.
Tá certo que os últimos jogos do time de Tite não foram bons, mas se a ideia era superar isso para o lado negativo, o Brasil conseguiu. Lentidão na circulação da bola, intensidade nula nas movimentações ofensivas, aleatoriedade na hora de atacar, e ''combate com os olhos'' em fase defensiva. A preguiça reinou no time brasileiro e o resultado foi um gol de cabeça de Eric Ramirez logo aos 10 minutos.
A infelicidade de Marquinhos e Fabinho, que escorregaram no lance, poderia dar um ar de fatalidade a quem não estivesse prestando a atenção no jogo. Mas não... O lance foi fruto de muita liberdade dada à troca de passes dos venezuelanos, que culminou na movimentação e bom cruzamento de Soteldo.
Nem atrás no placar o Brasil mudou o seu comportamento. Parecia treinar depois de um belo prato de feijoada. Taticamente nada resolvia. Everton Ribeiro se fixou um pouco mais pela direita enquanto Danilo dava apoio por dentro. Depois trocaram os papeis. Gabigol e Gabriel Jesus se mexiam pelo meio do ataque. O atacante do Manchester City às vezes invertia o posicionamento com Paquetá, mas não surtia efeito. Gerson esteve letárgico. Fabinho desconcentrado. Arana e Danilo tímidos.
A Seleção teve apenas dois lances de destaque. Um chute perigoso de Gabigol da entrada da área, aos seis minutos, e um belo passe de Paquetá para Everton Ribeiro, que finalizou no travessão aos 21'. A Venezuela se posicionava bem na defesa e dava algumas estocadas em contra-ataques, aproveitando a pavorosa transição defensiva brasileira. Peñaranda quase marcou o segundo na reta final da 1ª etapa.
Everton Ribeiro, que até vinha bem em comparação ao restante, não voltou a campo para o 2º tempo. Tite promoveu a estreia de Raphinha. Mudança grande nas características. Saiu um meia articulador e entrou um ponta mais agudo. Ambos canhotos pelo lado direito. 18 minutos depois a busca foi a mesma com Vinícius Junior no lugar de Lucas Paquetá.
O time ficou mais agressivo com dois jogadores de mais profundidade pelos lados e melhorou um pouco, mas seguiu pobre taticamente. Pouco produzia com bola rolando. Restou a forte bola parada da equipe para resolver. Thiago Silva teve um gol anulado, mas na sequência Marquinhos não perdoou no escanteio cobrado por Raphinha.
O mesmo Raphinha foi decisivo nos outros dois gols. Iniciou a jogada que terminou no pênalti convertido por Gabigol e deu a assistência para Antony marcar nos acréscimos. O atacante do Leeds United é a melhor noticia do péssimo jogo em solo venezuelano. A Seleção segue tendo resultados contra adversários mais frágeis, mas o desempenho está bem longe do aceitável.
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