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Coutinho: Final em detalhes - As Bolas Paradas de Palmeiras e Flamengo
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Estratégia, treinamento e o melhor aproveitamento de cada peça. Já se foi o tempo em que as bolas paradas eram um fator totalmente aleatório do restante do jogo. Hoje há muito estudo para tentar surpreender o adversário e neutralizar pontos fortes rivais. Certamente Abel Ferreira e Renato Gaúcho exigiram bastante de seus jogadores e comissões técnicas neste sentido. Vamos tentar dissecar aquilo que Palmeiras e Flamengo mais vêm fazendo no decisivo momento.
Palmeiras
Um dos principais batedores de faltas e escanteios do país é Gustavo Scarpa. O meia, que voltou a ser titular recentemente, deu nove de suas 20 assistências em 2021 batendo escanteios ou faltas laterais. Tem muita facilidade para encontrar os companheiros desta forma e acaba oferecendo um encaixe perfeito quando somado a cabeceadores como Gustavo Gómez e Felipe Melo.
Não bastasse a combinação explosiva citada acima, o Palmeiras tem um treinador que trabalha incessantemente esse tipo de jogada. Cria variações interessantes para marcar gols em bolas alçadas na área. Além de Felipe Melo e Gustavo Gómez; Luan, Zé Rafael, Rony e Piquerez vão para a área rival na maioria das vezes. Seis atletas!
Um deles, Piquerez, é quase sempre o responsável por bloquear a ação de um marcador adversário. Não é raro vê-lo tentando neutralizar a ação do marcador de Gustavo Gómez e liberar o ataque do paraguaio à bola. Raphael Veiga e Dudu ficam no rebote, mas também podem ser envolvidos em jogadas ensaiadas de escanteio curto ou em cobranças endereçadas para a entrada da área, principalmente com o camisa 23 como alvo.
O Palmeiras conseguiu finalizar contra a meta adversária em sete dos últimos 30 escanteios ou faltas laterais que teve a seu favor. Um número bem relevante! Mayke costuma fazer o ''balanço defensivo'' sozinho. É o último homem. Fica na altura do meio-campo. Caso o adversário coloque um jogador isolado nesta faixa do campo enquanto protege a área, Piquerez recua para gerar superioridade numérica, e o Palmeiras ataca a meta adversária com cinco cabeceadores.
Na parte defensiva, a predominância de marcação é por zona nas bolas paradas aéreas. Felipe Melo, Gustavo Gómez, Luan e Mayke, nesta ordem, devem formam uma linha na risca da pequena área. Cada um defende um setor e tem a responsabilidade de atacar a bola caso ela vá lá. Piquerez fica junto à primeira trave e Rony protege o bico da pequena área.
Três jogadores são escalados para as ações de bloqueio. Isto é. Eles vão tentar impedir que os principais cabeceadores do Flamengo ganhem impulso e cheguem na bola. Não estão ali para necessariamente disputar pelo alto com eles. Raphael Veiga, Zé Rafael e Gustavo Scarpa devem tentar bloquear Rodrigo Caio, David Luiz e Bruno Henrique. Dudu fica no rebote e o Palmeiras não costuma colocar nenhum jogador mais adiantado, fazendo o ''balanço ofensivo''.
O alviverde consegue ter muita eficiência neste momento. O último gol sofrido assim foi feito pelo próprio Flamengo, há mais de dois meses, no confronto entre as equipes pelo Brasileirão, no Allianz Parque. Nos últimos 30 escanteios cobrados na área palestrina, em apenas dois o adversário conseguiu finalizar.
Flamengo
Um dos pontos positivos desde a chegada de Renato Portaluppi ao comando técnico do rubro-negro é o maior aproveitamento na bola parada ofensiva. Ele quase sempre deixa dois jogadores a postos em cobranças de escanteio. Um destro e um canhoto. Andreas Pereira e Everton Ribeiro. Isso cria indefinições quanto ao posicionamento da defesa rival. O escanteio virá aberto ou fechado?
O Mais Querido já se beneficiou disso em alguns lances, e há também a possibilidade real de uma cobrança curta entre os dois atletas próximos da bola. Não é raro também que um dos homens do rebote, geralmente Isla, se aproxime para uma triangulação. Mas escanteios cobrados diretamente para a área ainda são a maioria.
Willian Arão, David Luiz, Rodrigo Caio, Bruno Henrique e Gabigol são os jogadores que sempre estarão na área em escanteios e faltas laterais. Arão sempre puxa na primeira trave e tenta raspar ou atrair a atenção para liberar espaços a Bruno Henrique e a dupla de zagueiros. Estes atacam o ''miolo'' da área. Gabigol se coloca na segunda trave. Há pouca variação nesses movimentos.
Através de um sinal com os braços, Andreas Pereira e Everton Ribeiro indicam qual deles cobrará a bola parada e que região a bola deve ir. Arrascaeta e Isla costumam ficar no rebote, e Filipe Luís faz o ''balanço defensivo''. Assim como o Palmeiras, o rubro-negro conseguiu finalizar em sete de seus últimos 30 escanteios a favor.
Na parte defensiva o Flamengo passou por uma transformação na sua forma de marcar há alguns jogos. Renato sempre preferiu a marcação com predominância individual. Cinco jogadores tinham alvos para marcar dentro da área e outros dois marcavam por zona. Mas o time vinha sofrendo e errando bastante. Então voltou a marcar com predominância zonal e não sofreu gols assim desde então. Seis atletas marcam zonas específicas dentro da área e outros dois fazem bloqueios nos principais cabeceadores adversários.
Isla e Filipe Luís revezam. Quando o escanteio é pelo lado esquerdo da defesa. Filipe fica grudado na primeira trave e Isla fecha a linha que marca por zona na pequena área. Quando o escanteio é no lado direito da defesa, o contrário acontece. Willian Arão, David Luiz e Rodrigo Caio complementam esta linha que marca por zona. Bruno Henrique marca no bico da pequena área, é responsável pelo ''primeiro pau''.
Os bloqueios são feitos geralmente por Andreas Pereira e Everton Ribeiro, jogadores com pouca contundência física para brecar os avanços dos melhores cabeceadores adversários em direção a bola. Arrascaeta fica no rebote e Gabigol no balanço ofensivo, o que deve obrigar o Palmeiras a manter dois atletas mais recuados quando tiver um escanteio. Nos últimos 30 escanteios contrários, o adversário conseguiu finalizar sete vezes. Precisa melhorar!
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