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Coutinho: O dia em que Marquinhos Santos 'caiu pra cima'
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Ser demitido e contratado por outro clube no mesmo dia é algo que poucos treinadores do futebol mundial vivenciaram. Num ambiente tão caótico quanto o vivido no Brasil, isso logicamente é mais provável. E Marquinhos Santos, técnico que conduziu o América Mineiro pela primeira vez a uma Libertadores da América, pode contar que saiu da luta contra o rebaixamento para a maior competição do continente em questão de horas.
Na ocasião o Juventude vinha de apenas uma vitória num espaço de oito jogos com ele no comando. Mesmo com a sequência ruim, natural pelo nível técnico do elenco, a equipe mostrava organização, o que não foi suficiente para mantê-lo no cargo. Veio a demissão de Marquinhos e a contratação de Jair Ventura, que fez um belo trabalho de recuperação aproveitando o legado deixado também.
A demissão foi divulgada na manhã de 18 de outubro, e já no início da noite do mesmo dia o Coelho anunciava Marquinhos Santos como novo treinador. Assim com Ventura encontrou bases sólidas de um trabalho no Juventude, Marquinhos também não teve ''terra arrasada'' em seu início no América. Vagner Mancini, o mesmo que acabou rebaixado com o Grêmio, implementou um modelo bem estruturado no time mineiro.
Com opções de qualidade e capacidade de decisão no elenco de um clube com potencial financeiro mais robusto, o novo comandante americano conseguiu vencer seis dos 11 jogos em que esteve à frente do time. 63% de aproveitamento dos pontos, equivalente a uma vice-liderança de Brasileirão, por exemplo. Se contabilizarmos o 2º turno, o Coelho só pontuou menos que Atlético Mineiro e Flamengo.
Marquinhos Santos fixou o 4-1-4-1 como esquema tático da equipe, e manteve a proposta de agressiva, principalmente nos jogos dentro de casa. O América marcava com força e organização a saída de bola rival em diversos momentos dentro do Independência. Em partidas fora de casa, fazia de forma mais esporádica. Mas seja onde fosse a partida, sempre havia a busca pela posse de bola para controlar as ações.
A utilização de Mauro Zárate como homem mais avançado na maioria dos jogos, uma espécie de ''falso nove'', também é algo a se destacar. Dono de técnica acima da média da grande maioria do elenco, conseguiu encontrar espaços entre as linhas de marcação adversárias e encaixar bons passes para os laterais, pontas e volantes. Quando o argentino saía da referência ofensiva, havia movimentos de infiltração, principalmente por parte de Juninho e Ademir.
O ponta que se despediu do América e vai jogar no Galo em 2022 é um capítulo à parte. Certamente está entre os cinco melhores jogadores deste Brasileirão. Já vinha muito bem com Mancini, e ainda melhorou o seu desempenho com Marquinhos. Foram oito gols e duas assistências em pouco menos de dois meses. Antes havia balançado as redes cinco vezes e dado apenas uma assistência em todo o restante do Brasileirão.
O bom trabalho no Juventude e a crescente que o América teve sob o comando dele, mostrou a ótima temporada feita pelo técnico Marquinhos Santos. O prêmio é a possibilidade de colocar o Coelho na fase de grupos da Libertadores e fazer ainda mais história, alavancar a carreira, e se firmar de vez no cenário de técnicos brasileiros.
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