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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Coutinho: Keno participou de um terço dos gols do Galo na reta final do ano

Colunista do UOL

16/12/2021 11h20

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O ano de 2021 vinha sendo de pouco brilho para Keno até o início de outubro. Livre da dificuldade de adaptação tática inicial e da lesão que o atormentou nos oito meses anteriores, o camisa 11 do Galo se recuperou e mostrou muito poder de decisão. Conquistou a vaga de titular num momento crítico, fez gols e deu assistências importantes, e garantiu lugar entre os protagonistas neste time histórico do Atlético.

Keno já tinha sido um dos principais jogadores do time na temporada 2020. A decepção no Campeonato Brasileiro anterior não afetou a confiança da torcida no futebol do ponta, e a chegada de Cuca parecia convergir positivamente. Afinal de contas o atleta tem muitas características que encaixam naquilo que o treinador enxerga para um atacante. Velocidade, agressividade, mobilidade, auxílio defensivo, intensidade nas ações e boas definições dos lances.

Mas essa ''liga'' não pegou de cara. Cuca sempre o manteve como titular. Mesmo oscilando bastante no Campeonato Mineiro, na fase de grupos da Libertadores, e no início do Brasileirão, Keno não perdeu a posição na equipe. Isso só viria a acontecer no dia 27 de junho, contra o Santos, quando se lesionou pela 9ª rodada do Brasileirão. Ele só voltaria um mês e meio depois, mas já na condição de reserva.

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A influência de Keno nos títulos do Galo foi imensa nesta reta final de temporada
Imagem: Rodrigo Coutinho

Para se ter ideia da diferença do Keno pré e pós-lesão, o atacante havia feito somente dois gols e dado uma assistência em 18 partidas até o jogo contra o Santos. Depois do retorno, a partir de 14 agosto, balançou as redes sete vezes e deu seis assistências em 26 partidas. A cada dois jogos, contribuiu diretamente com um gol em uma partida.

Se pegarmos como recorte apenas o período em que recuperou a condição de titular, a partir do dia 02 de outubro, quando saiu do banco e fez o gol da vitória contra o Inter pelo Brasileirão, após a eliminação na Libertadores na terça anterior, Keno teve participação direta em um de cada três gols marcados pelo Galo. Algo que somente Hulk obteve em alguns momentos

Com Cuca, Keno passou a jogar com mais liberdade para flutuar da ponta para o meio. Se aproximar de Hulk, entrar na área, e integrar o grupo de jogadores responsáveis por gerar tantas opções de passe no centro do campo, na entrada da área rival, algo que o Atlético passou a fazer bem a partir do segundo semestre.

Por mais que essa função não fosse exatamente uma novidade para Keno, ele viveu seus melhores momentos da carreira preso ao flanco esquerdo. Recebendo a bola bem aberto e tentando a jogada individual em velocidade, rumo à grande área ou ao fundo do campo. No ataque posicional de Sampaoli era assim. Com Felipão, no Palmeiras, ficava muito mais aberto do que transitava por dentro. Teve dificuldades naturais nos primeiros meses com Cuca.

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Esta foi a região do campo mais habitada por Keno com Cuca. Flutuação com ou sem a bola para dentro, abrindo o corredor para Arana apoiar. Demorou a se adaptar a esta função
Imagem: Rodrigo Coutinho

Keno é apenas uma das muitas provas de qualidade do elenco do Atlético Mineiro. Um jogador de pouquíssimo brilho na primeira metade da temporada termina como um dos protagonistas. Hoje é titular absoluto e o ano de 2022 reserva uma briga ainda mais acirrada por posições com as recuperações físicas de Nacho Fernandez, Diego Costa e Savarino, além da chegada de Ademir. Alto nível!