Coutinho: Crescimento de Léo Ortiz chama a atenção no Red Bull Bragantino

De muito questionado no primeiro ano de profissional do Inter à convocado para a Seleção e um dos principais defensores do continente nas duas últimas temporadas. Léo Ortiz é um belo exemplo de como os atletas precisam de um contexto favorável para evoluir e ganhar projeção na carreira. Fez mais uma belíssima jornada em 2021 e fixou seu nome no cenário sul-americano.

Mesmo com a derrota do Red Bull Bragantino na decisão da Copa Sul-Americana, Léo conseguiu se destacar, a exemplo do que fez em grande parte dos jogos de 2020 e 2021. Sua qualidade técnica na saída de bola, gerando bons passes verticais e inversões de jogo precisas, encaixa perfeitamente no estilo de posse e circulação da bola de pé em pé no ataque posicional da equipe de Bragança Paulista.

Capitão do time dirigido por Maurício Barbieri, Ortiz também mostra liderança em campo e cresceu bastante em algo que pecava no início da carreira: a proteção da própria área. Hoje é um defensor de posicionamento mais apurado e firmeza nos duelos individuais. Por mais que esta não seja sua principal característica, consegue competir em nível bem mais alto. Ganhou também mais velocidade nas mudanças de direção.

O desenvolvimento foi reconhecido por Tite, e não é exagero dizer que Léo Ortiz disputa uma das quatro vagas para zagueiros no Mundial do Catar em 2022. Não está entre os favoritos, mas corre por fora. Conta a seu favor, além da qualidade demonstrada em campo, se lesionar muito pouco. Fez mais de 130 jogos no Massa Bruta somando as últimas três temporadas.

Filho do lendário jogador de futsal Ortiz, Léo foi revelado pelo Internacional e estreou nos profissionais do clube já com 21 anos, numa vitória contra o Oeste, pela Copa do Brasil de 2017. Antônio Carlos Zago o subiu aos profissionais e depois o dirigiria no Red Bull Bragantino. Apesar das críticas, ganhou espaço naquela temporada e foi titular em 28 dos 31 jogos em que foi utilizado, 13 deles na Série B.

No ano seguinte foi emprestado ao Sport. Começou bem. Foi titular no Campeonato Pernambucano, mas caiu muito na sequência e passou todo o Brasileirão de 2018 no banco de reservas. O Leão foi derrotado nos seis jogos em que Léo Ortiz entrou em campo naquela competição. Não foi uma boa temporada.

As coisas começaram a fluir a partir de 2019, quando foi novamente emprestado, agora para o ainda Red Bull Brasil, que se uniria ao Bragantino e formaria o atual clube em meados daquela temporada. Léo foi titular durante todo o ano com o mesmo Antônio Carlos Zago que o lançou nos profissionais do Inter.

O time fez um bom Campeonato Paulista e venceu com folgas a Série B. O defensor foi um dos destaques da competição e subiu com moral, tanto que o Massa Bruta comprou os 40% dos direitos que ainda estavam presos ao Internacional em 2020. Zago saiu, Felipe Conceição passou pelo clube e Mauricio Barbieri assumiu. Em todo esse período, Ortiz manteve-se intacto entre os titulares.

Muitas vezes aquele jovem que muita gente não entende como pode ter se profissionalizado em determinado clube, só precisa de um ambiente favorável em todos os âmbitos para o seu desenvolvimento. Crucificar e rotular eternamente não é o caminho em casos assim.