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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Coutinho: Elenco encorpado precisa gerar novas metas ao Fluminense

Colunista do UOL

30/12/2021 04h00

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O Tricolor das Laranjeiras é o clube que mais vem movimentando o mercado de transferências do futebol brasileiro. Entre nomes confirmados ou prestes a isso, são seis contratações. Podemos discutir a efetividade e a conveniência de algumas delas, mas uma coisa é certa. O Fluminense terá um elenco mais encorpado e qualificado em 2022. Precisa mostrar mais do que mostrou nas últimas duas temporadas.

Não que 2020 e 2021 tenham sido anos ruins do time carioca. Em ambos o clube se classificou para a Libertadores. De forma direta há duas temporadas. E para a fase prévia da principal competição continental no ano corrente. Foi um time competitivo e incomodou equipes melhores tecnicamente com alguma frequência, mas também decepcionou diante de adversários inferiores.

Como tratamos aqui, o principal ''calo'' do Tricolor nos últimos dois anos foi ser criativo diante de oponentes que se fecharam e jogaram no contra-ataques. À grosso modo, aqueles que fizeram o Fluminense provar do próprio veneno que ofereceu a equipes mais poderosas do futebol sul-americano desde 2020.

Abel Braga já mostrou ao longo de sua carreira que fazer equipes renderem no cenário que foi o problema do time recentemente não é a sua especialidade. A exemplo de Marcão e Odair Hellmann no Flu, seus melhores times atuam marcando prioritariamente do meio-campo para trás e reagindo com velocidade nos contra-ataques.

A cobrança por mais do que isso haverá. E será justo que se peça. Talvez aí resida uma incoerência da diretoria tricolor. Mesmo considerando tudo o que o Abel oferece em hierarquia dentro do clube, controle de vestiário, e ascendência sobre os jogadores, talvez se espere mais do que um time competitivo e forte nas transições ofensivas.

01 - Mailson Santana / Fluminense - Mailson Santana / Fluminense
Felipe Melo vestirá a camisa 52 em alusão ao título que o Fluminense considera como Mundial
Imagem: Mailson Santana / Fluminense

Dos jogadores que chegaram até o momento, Felipe Melo é quem pode acrescentar uma circulação mais qualificada a partir da saída de bola. Cristiano é um lateral de muito poder para chegar ao fundo, mas também soma bons passes para o ataque, algo que já acontecia com Marlon e até com Egídio em alguns momentos.

Pineida e David Duarte não chegam a mudar o patamar do time neste sentido. Willian Bigode já contribuiu mais em outros períodos, mas eleva o nível de articulação dos atacantes do elenco. E Germán Cano é um homem de área, que termina as jogadas. Há mais opções de qualidade e equilíbrio para Abel Braga montar o time.

O Tricolor ainda busca Nathan junto ao Atlético Mineiro. Jogador que faz a função de meio-campista ofensivo e tem bom poder de articulação, mas os mesmos problemas de regularidade inerentes a Cazares e Arias. O retorno de Ganso, caso se apresente minimamente competitivo, pode ser uma boa notícia neste sentido.

O clube vem se reestruturando financeiramente e aumentando as condições de ter uma folha salarial mais polpuda. Se isso ainda não deve gerar protagonismo junto às principais forças do Brasil hoje, precisa colocar o Fluminense num estágio acima do que vinha apresentando. Tanto em resultados, quanto em desempenho.