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Coutinho: Especial Mundial de Clubes - Conheça o Al Jazira
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O Mundial de Clubes começa nesta quinta, dia 03 de fevereiro, e diariamente aqui no blog trarei como cada uma das equipes se comporta em campo. Destaques, pontos fracos e fortes, os brasileiros ''perdidos'' pelo Mundo, os treinadores e os esquemas táticos.
O taitiano AS Pirae é o único que ficará de fora, já que é impossível assistir a jogos do time no campeonato local e ter fontes confiáveis de pesquisa. Eles foram convidados para o torneio em substituição ao Auckland City, da Nova Zelândia, que declinou ao convite em virtude das rígidas restrições do país no combate à Covid-19.
O adversário do time do Taiti é o objeto de estudo de hoje. O Al Jazira é o atual campeão dos Emirados Árabes Unidos, país-sede do Mundial mais uma vez. Vamos conhecer tudo sobre a equipe de Abu Dhabi!
História
Fundado em 1974, o clube é presidido pelo Sheikh Hamdan Bin Zayed. O clube mudou sua trajetória desde que ele o comprou nos anos 2000. Anteriormente vivia sendo rebaixado para a Segunda Divisão. Venceu a liga local em 2011, 2017 e 2021, além de ter revelado diversos jogadores para a seleção nacional.
Os técnicos brasileiros Jair Pereira(1983), Abel Braga(2008-2011 e 2015), Caio Junior(2012) e Paulo Bonamigo(2013) já treinaram a equipe. Além do futebol, o clube é formador de atletas olímpicos e possui excelentes instalações. Fica bem no centro do emirado de Abu Dhabi.
Será a segunda vez que disputará o Mundial de Clubes. Ficou em 4º lugar em 2017. Eliminou o Urawa Reds, do Japão, nas quartas de final, e perdeu para o Real Madrid na fase seguinte. Na decisão do 3º lugar acabou goleado pelo Pachuca. O brasileiro Romarinho, ex-Corinthians, fazia parte do elenco naquela ocasião.
Técnico
O time é comandado pelo holandês Marcel Keizer há três temporadas. Ele tem 53 anos e dirigiu o Sporting(POR) em 2018/2019, além do Ajax em 2017/2018. É a sua segunda passagem no Al Jazira. Iniciou a carreira em clubes menores da Holanda e tem quatro títulos no currículo, dois pelo time português e dois no atual trabalho.
Momento
O Al Jazira faz uma temporada irregular. Atualmente é o 3º colocado
entre 14 equipes na Liga. Venceu a Supertaça e foi eliminado nas quartas de final da Copa do Presidente. Na Taça da Liga, outro torneio eliminatório do país, está nas semifinais e enfrentará o Al Ain em março. O time tem apresentado problemas defensivos.
Outra questão que chamou a atenção recentemente foi o afastamento do atacante Ali Mabkhout, de 31 anos. Ele é um dos principais jogadores da história do clube e membro da seleção nacional. Goleador nato, fez 65 gols em 80 jogos com a camisa dos Emirados Árabes Unidos. É profissional do Al Jazira desde os 17 anos de idade.
Certamente pode ajudar muito sua equipe no Mundial e está na pré-lista enviada pelo clube para o torneio, mas misteriosamente não foi mais relacionado depois do dia 20 de novembro de 2021 e não tem treinado com o grupo principal. Como no país a atuação da imprensa é muito restrita, não há informação concreta sobre ele. Não foi divulgada nenhuma lesão.
Para se ter ideia do tamanho da ausência de Ali Mabkhout, na temporada em que o clube foi campeão, ele fez 25 gols e deu nove assistências em 27 jogos. Mais de um gol gerado diretamente por partida. Especula-se que esteja insatisfeito com críticas sofridas internamente.
Brasileiros e Destaque
O elenco do clube tem dois brasileiros. Os meias-atacantes João Victor Sá e Bruno. O primeiro vem sendo o jogador de maior destaque da equipe nas últimas partidas. Ele tem quatro gols e quatro assistências em 18 jogos nesta temporada, a primeira no Al Jazira. Anteriormente atuou duas temporadas no Wolfsburg e quatro no futebol austríaco.
Victor Sá tem 27 anos saiu do Brasil em 2015, ainda no segundo ano como profissional, quando vestia a camisa do São José dos Campos. Passou pelas bases do Palmeiras e do Primeira Camisa. Joga preferencialmente pelo lado esquerdo. Tem velocidade e qualidade com a bola no pé, ataca a área com eficiência e funciona bem em contra-ataques.
Já o jovem Bruno não é titular absoluto, mas é um atleta bastante utilizado. Tem apenas 20 anos e está no clube desde 2019. Saiu da base do Novorizontino para o jogar no futebol árabe. Atacante de boa estatura, explosão e intensidade.
Como atua
Com três temporadas sob o comando do mesmo treinador e poucas mudanças no elenco, trata-se de uma equipe entrosada e capaz de se comportar de maneiras diferentes. Certamente buscará se impor com a posse de bola e instalada no campo de ataque na estreia, contra o AS Pirae, mas nas demais partidas deve assumir outra postura.
Na Liga dos Emirados Árabes é assim. Contra equipes mais fortes tecnicamente, assume um caráter mais reativo. Quando possui material humano melhor, fica com a posse. Varia também o esquema tático escolhido. Por vezes joga num 5-4-1, e em outros momentos adota o 4-2-3-1, ambas com particularidades importantes na organização coletiva.
Em fase ofensiva, trabalha bastante pelos lados. Usa movimentos dos meias para o meio, tentando atrair o lateral adversário, e abrir espaço para que os alas recebam em profundidade, principalmente pelo lado direito com o marroquino Rabii. Isso é utilizado no esquema 5-4-1.
Já quando o 4-2-3-1 é adotado, os pontas se mantêm mais abertos, tentando ''esgarçar'' a defesa rival e liberar espaços de infiltração pelo meio a meias e laterais. É um time que busca trocar passes curtos. Tem dois volantes com bom poder de articulação, mas sofre quando os adversários marcam forte a saída de bola.
Utiliza alguns passes longos como solução. A ideia é achar os atacantes mais rápidos em progressão. O elenco tem alguns. Além de Victor Sá e Bruno, Fawzi, Traoré e Diaby levam perigo desta forma. Falta uma transição defensiva mais forte muitas vezes. Ao perder a bola no campo de ataque demora a reagir.
O time marca por zona, tem sempre a proposta de manter a última linha bem adiantada, mas a ''pressão na bola'' falha com certa constância, o que permite a entrada de passes em profundidade nas costas do lento miolo de zaga.
Não deverá ter problemas na estreia, mas diante do Al Hilal, nas quartas de final, terá pela frente um time mais qualificado e organizado. Jogar em contra-ataques deve ser a alternativa.
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