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Coutinho: Especial Mundial de Clubes - Conheça o Monterrey
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Desde o sorteio que definiu os caminhos de cada time no Mundial de Clubes, o torcedor palmeirense mirou a sua atenção para o Monterrey. O time mexicano venceu a última edição da ConcaChampions, em outubro, e pode pegar o Verdão na semifinal se confirmar o favoritismo diante do Al Ahly. Confira tudo sobre os Rayados.
História
Situado na cidade de mesmo nome, no estado de Nuevo Leon, nordeste do país, o Monterrey pertence a gigante empresa de bebidas Femsa. Curiosamente tem como maior rival o Tigres, algoz do Palmeiras na última edição da competição. O clube foi fundado em 1945 e ganhou quatro vezes a Liga Mexicana.
Algo incomum na história da equipe é o fato de ter mais conquistas continentais do que ligas locais. Com a vitória sobre o América do México em outubro, os Rayados chegaram a quinta conquista de Concachampions. O domínio na América do Norte e Central tem sido imenso. Todos esses troféus foram obtidos desde 2011. Cinco títulos em 11 edições do torneio.
O primeiro caneco da trajetória do clube veio em 1991, quase 50 anos depois da fundação. Poucos brasileiros possuem relevância na história deles. O técnico Otto Glória trabalhou por lá, e o craque português Eusébio vestiu a camisa listrada em meados da década de 70. Esta será a quinta participação no Mundial. Ficou em 3º lugar duas vezes.
Técnico
O experiente Javier Aguirre chega para mais um torneio Fifa, desta vez pelo Monterrey. Tem 63 anos, 27 deles como treinador profissional. Já dirigiu a seleção mexicana em duas Copas do Mundo, passou 12 temporadas de sua carreira na Espanha, representando Atletico de Madrid, Osasuña, Zaragoza, Leganés e Espanyol.
Passou também por Japão e Emirados Árabes e, além do Monterrey, foi técnico de Pachuca e Atlante em seu país natal. Assumiu em setembro de 2021, em substituição a ''Turco'' Mohamed, hoje no Atlético Mineiro. Ganhou o torneio continental 60 dias depois e perdeu apenas sete dos 36 jogos em que comandou a equipe.
Momento
Além de manter a hegemonia no cenário continental, os Rayados seguem chegando nas fases agudas das Ligas Mexicanas. No último Apertura, mesmo fazendo campanha irregular, caiu para o campeão Atlas nas quartas de final. No atual Clausura fez apenas três jogos. Empatou com Querétaro e Cruz Azul dentro de casa, e goleou o Necaxa por 4x0 em Aguascalientes.
O time perdeu o meia Carlos Rodriguez para esta temporada. Ele era titular e é constantemente convocado para a seleção mexicana. Foi jogar no Cruz Azul. Também do Cruz Azul veio o volante Luis Romo, que disputou as últimas Olimpíadas por ''La Tri''. A principal contratação foi Rodolfo Pizarro, que depois de dois ano no Inter Miami voltou ao clube. Veio para suprir a ausência de Rodriguez, joga constantemente na seleção mexicana, mas ainda não teve sequência como titular.
O elenco é muito bom. A maioria dos jogadores mais utilizados é convocada constantemente ou já foi para suas seleções de origem. Uma ausência sentida será a do colombiano Duvan Vergara, que se lesionou no final de janeiro. Ele é o ponta pela esquerda. Jesus Gallardo deve ser adiantado para o setor.
Destaques
Não há brasileiros no elenco do Monterrey, mas estrangeiros são vários. Quatro argentinos, o goleiro Andrada, o volante Kranevitter, o meia Meza e o atacante Funes Mori. Dois colombianos, o lateral-direito Medina e o atacante Vergara. O lateral-esquerdo chileno Vegas. O atacante costarriquenho Joel Campbell. O atacante holandês Janssen. E o atacante estadunidense Reyes. E o volante paraguaio Ortiz.
O jogador mais perigoso da equipe é o centroavante Rogelio Funes Mori. O argentino de 30 anos está na sua sétima temporada em Monterrey e já marcou 132 gols em 265 jogos, média de quase uma bola na rede a cada duas partidas. Contribui bastante com assistências também. Ele se naturalizou mexicano e vem jogando pela seleção.
Não fosse a saída de Carlos Rodriguez, os Rayados teriam cinco jogadores titulares constantemente do México. A dupla de zaga Montes e Héctor Moreno é firme e técnica na relação com a bola. Atuam juntos também em ''La Tri''. Sem contar Jesus Gallardo, que pode jogar de lateral ou ponta. Há ainda Medina na seleção colombiana, Vegas na chilena, Ortiz na paraguaia e Andrada na argentina.
Como atua
O Monterrey gosta da posse de bola para dominar os adversários. Pode fazer isso de duas formas. A mais comum é a troca de passes curtos através de aproximação entre as peças e uma estrutura mais posicional de ocupação dos espaços no ataque. O ''plano B'' é a bola direta para Rogélio Funes Mori ganhar o primeiro duelo por cima e o time se estabelecer na frente.
O goleiro Andrada, que soma boas saídas com os pés às equipes que joga, desde o Lanús, sai da meta e se posiciona entre os zagueiros. À frente deles, o volante paraguaio Celso Ortiz se movimenta para receber e distribuir. Não é exatamente uma saída de três. Os laterais não ''espetam'' automaticamente no campo de ataque, mantêm-se sustentando a linha defensiva.
Medina e Vegas só se soltam no campo rival à medida que a bola vai avançando. Os pontas, até os laterais se aproximarem do terço final, ficam bem abertos, dando amplitude ao time, e liberando espaço de movimentação a Romo e Arturo González pelo centro. O primeiro sempre está mais a direita e o segundo sempre mais à esquerda.
Importante observar também como os pontas, na iminência de uma jogada de linha de fundo feita pelos laterais, tentam movimentos de profundidade entre o zagueiro e o lateral rival. Tentam a área. Funes Mori joga mais fixo como centroavante e é muito acionado, principalmente em cruzamentos ou em jogadas de pivô.
Em alguns momentos acaba faltando mais interação entre as peças perto da área. Diante de equipes mais fechadas, o Monterrey apresentou esse tipo de problema. Aguirre pode desenvolver mais mecanismos de movimentação para gerar espaços diante desta realidade. Outra crítica comum ao time é a oscilação de intensidade ao longo dos 90 minutos.
Na parte defensiva, o Monterrey se posta em um 4-1-4-1 e marca por zona. A última linha é muito bem coordenada e o time não costuma deixar espaços entre os setores. Ortiz é ótimo na leitura de proteção à frente da defesa e nas coberturas. O que falta às vezes é mais pegada na abordagem de marcação. A bola nem sempre é tão pressionada.
Num possível confronto diante do Palmeiras nas semifinais, é difícil não imaginar os Rayados buscando a bola para gerir a partida. O Verdão mostra-se confortável em situações assim e pode explorar os contra-ataques diante de uma transição defensiva lenta. Mas deverá ter atenção redobrada em sua retaguarda. O nível técnico do Monterrey é alto e há organização para criar.
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