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Coutinho: Os três erros do Chelsea que o Palmeiras pode aproveitar
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Grande favorito para a conquista do Mundial de Clubes, o Chelsea deu sustos diante do Al Hilal, na semifinal disputada nesta quarta-feira, e aumentou as esperanças da torcida alviverde. Muito disso gira em torno de algo inerente ao futebol em diversos casos de surpresa. O relaxamento de quem sabe que é melhor possibilita zebras.
Não é nenhum desrespeito tratar uma vitória do Palmeiras sábado como algo surpreendente. Desde 2012 um sul-americano não bate um europeu na final do torneio. O próprio Chelsea foi a vítima corintiana naquela ocasião. Quem acompanha com atenção o cotidiano futebolístico dos dois continentes, sabe que há uma distância muito grande, principalmente nas partes técnica e tática.
Mesmo o Verdão sendo um dos times mais organizados e ricos tecnicamente da América do Sul, e os Blues não viverem o seu melhor momento, o favoritismo segue sendo inglês. Impossível vencê-los, porém, não é. Então vamos a alguns pontos que o time brasileiro pode se beneficiar.
Concentração e intensidade abaixo do nível
Não adianta se iludir! O torcedor do Flamengo fica chateado quando alguém diz que o Liverpool se comportou bem aquém do nível habitual em intensidade e concentração na final de 2019.
Isso não reduz o bom jogo feito pelo time carioca na ocasião, mas nem o Liverpool, nem o Chelsea, e qualquer outro europeu que disputou o Mundial de Clubes recentemente, repetiu o que faz em jogos das ligas nacionais e da Champions League.
Basta acompanhar a forma como os treinadores e jogadores, exceto os sul-americanos, se referem à competição. O Mundial, muitas vezes, é um entrave no calendário europeu. Uma espécie de Campeonato Estadual para clubes de grande investimento no Brasil. Se vencer, não fez mais que a obrigação. Se perder, a pressão aumenta para a sequência da temporada.
A questão é uma das aliadas do Palmeiras. O Chelsea terá momentos de foco total no jogo e intensidade alta nas ações, mas certamente não terá a mesma concentração e dedicação de uma partida de Premier League ao longo dos 90 minutos.
Entender esses momentos é crucial para afetar a confiança dos ingleses. Lances mais agudos, chances criadas e, de preferência, convertidas em gols, costumam ter efeito catastrófico em quem tem o favoritismo embaixo do braço.
A obrigatoriedade da vitória bate na porta com toda a força, e o que era uma leve dispersão se transforma rapidamente em afobação, erros em tomadas de decisões importantes.
Diante do Al Hilal isso aconteceu depois do gol marcado por Lukaku. O Chelsea ''tirou o pé'' e tentou administrar uma vantagem mínima. Viu tudo aquilo que tenta fazer como modelo de jogo não ser bem executado, e chegou perto de sofrer o empate. Não fosse o goleiro Kepa, a equipe saudita teria balançado as redes.
Bola parada defensiva
Três dos últimos nove gols sofridos pelo Chelsea aconteceram desta forma, Dois em escanteios e um em falta lateral. Em todos o erro foi o mesmo. Um dos homens responsáveis pelos ''bloqueios'' nos principais cabeceadores adversários teve uma postura desconcentrada, o rival se desgarrou e atacou a bola mais alto que o responsável por marcar a ''zona''.
Os Blues marcam com predominância zonal. Definem quatro jogadores em linha na risca da pequena área, outros dois ficam responsáveis pela ''primeira trave'', três realizam os ''bloqueios'' em alvos rivais pré-estabelecidos. A ideia é que se coloquem na frente dos adversários e os impeçam de alcançar a bola, mas é justamente isso que tem falhado.
O Palmeiras tem amplo repertório de jogadas em bolas paradas aéreas. Possui excelentes cobradores, como Gustavo Scarpa e Raphael Veiga, e ótimos finalizadores desta forma: Gustavo Gómez, Luan, Deyverson. Fazer o gol assim não seria surpresa.
Espaço entre defesa e meio-campo
O Chelsea busca seguidamente subir as linhas de marcação para sufocar o adversário em sua saída de bola, mas nem sempre isso vem sendo bem executado. Nos últimos jogos têm surgido muitos espaços entre a última linha de defesa e os meio-campistas. Gols saíram assim.
Quem tem conseguido superar a pressão inicial com trocas de passes curtos ou ligações diretas - que é o mais provável para o Palmeiras -, geralmente obtém sucesso na criação de jogadas. Utilizar um homem forte brigando pela ''primeira bola'' pelo alto pode ser uma boa saída. Deyverson se encaixa bem.
A aproximação de Dudu e Raphael Veiga num ''segundo momento'' também é determinante. Os dois jogadores mais talentosos precisam estar próximos, como ocorreu nos melhores momentos diante do Al Ahly, para aumentar as chances alviverdes.
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