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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Coutinho: Raphael Veiga assume de vez o protagonismo no Palmeiras

Colunista do UOL

14/02/2022 04h00

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Se tem um jogador que mudou de fato a história da carreira e o patamar desde a chegada de Abel Ferreira, este é Raphael Veiga. O meia superou a irregularidade e a desconfiança que pairava sobre o seu futebol, se firmou como titular absoluto, e de quebra mostrou muito poder de decisão em jogos eliminatórios.

Revelado pelo Coritiba em 2016, quando já havia estourado a idade para jogar no time Sub-20, assumiu uma vaga no time principal no Brasileirão daquela temporada. Marcou três gols e deu três assistências na competição. Foi importante para livrar o Coxa do rebaixamento e acabou vendido ao Palmeiras.

Não conseguiu se firmar em sua primeira temporada no Palestra. Foi titular em apenas sete dos 20 jogos em que foi utilizado. Fez um gol e deu duas assistências. O Athlético se interessou no seu empréstimo e o atleta voltou à Curitiba em 2018. A temporada seria determinante para começar a ser visto com outros olhos nacionalmente.

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Os números de Raphael Veiga desde 2020
Imagem: Fonte: Opta

No Furacão conseguiu se manter entre os titulares. Chegou a oscilar inicialmente com Fernando Diniz no comando, mas a partir do momento que Tiago Nunes assumiu, deslanchou a fazer gols e dar assistências em partidas cruciais. Sagrou-se campeão da Copa Sul-Americana com o rubro-negro, o que preparou o terreno para um retorno com mais moral ao Palmeiras.

Ao contrário do que muita gente projetava, Veiga novamente não deu resposta de forma imediata no alviverde. Oscilou entre o time titular e o banco de reservas com Felipão e Mano Menezes numa temporada sem títulos e com muitas decepções. Iniciou só 13 dos 30 jogos em que foi utilizado. Fez cinco gols e deu uma assistência.

O segundo semestre de 2020 foi de fato o tempo de virada para o camisa 23. Seguia no mesmo padrão de altos e baixos com Luxemburgo no comando. A partir de setembro, ainda com o experiente técnico, passou a ser mais participativo nos gols, e com a chegada de Abel Ferreira deu prosseguimento em seu desenvolvimento.

Já na temporada retrasada, deu duas assistências nas finais da Copa do Brasil, quando o Palmeiras bateu o Grêmio. Na seguinte manteve o padrão. Impressionante como conseguiu repetir a desenvoltura e os bons números. Foram 18 gols e quatro assistências em ambas. Em 2021 fez apenas um jogo a mais em relação a 2020.

Versátil para jogar em qualquer uma das três funções na linha ofensiva do meio-campo, se encaixa bem nas variações de esquemas táticos já utilizadas por Abel Ferreira. Pode atuar ao lado de outro meia, por dentro, atrás do centroavante. Pode partir de um dos dois lados do campo para o centro, ou se encaixa bem também formando dupla de ataque com um companheiro.

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Ataca muito bem os espaços em profundidade para finalizar. Jogando com Rony, ganha essa possibilidade a todo momento pelas diagonais do atacante para os lados
Imagem: Rodrigo Coutinho

Veiga não é um meia necessariamente ''cerebral''. Daqueles que tiram um passe genial da cartola a qualquer momento, de estilo mais cadenciado, e que precisam jogar sempre na faixa central do campo. É muito mais um complemento ao ataque do que um criador de jogadas.

Tem um tempo ótimo de chegada na área para finalizar, qualidade no arremate, força e explosão para contra-ataques, e boas decisões nos últimos metros do campo. Isso sem contar a capacidade de bater de média distância e a precisão nos cruzamentos e bolas paradas. Os pênaltis convertidos recentemente refletem exatamente esta última parte.

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Tempo certo de chegada na área e precisão para finalizar, como na final da Libertadores diante do Flamengo
Imagem: Rodrigo Coutinho

Com contrato até dezembro de 2024 e a quatro meses de completar 27 anos, Raphael Veiga conseguiu se colocar na mesma prateleira de expectativa de Dudu no atual elenco do Palmeiras. Na hora da decisão, ele certamente pode oferecer algo diferente.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL