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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Coutinho: O Botafogo precisa muito de Gatito e Carli em 2022

Colunista do UOL

17/02/2022 04h00

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A última grande campanha do Botafogo em um torneio de elite aconteceu em 2017. O Glorioso alcançou as quartas de final da Libertadores e deu muito trabalho ao Grêmio, campeão da competição. Os únicos dois remanescentes daquele time no elenco atual, Joel Carli e Gatito Fernandez, vêm dando mostras que serão peças importantíssimas na recuperação do clube.

Esta temporada promete ser de profundas transformações no Botafogo. A começar pela migração para o modelo de SAF e a chegada de John Textor com a possibilidade de investimentos maiores. Isso pode mudar muito a realidade alvinegra.

Se de fato tiver um elenco melhor e um técnico de ponta até o início do Brasileirão, as perspectivas serão diferentes, mas por enquanto o que há de realidade é um plantel modesto e a busca por um treinador que se enquadre no atual contexto.

E nesta seara o argentino e o paraguaio serão fundamentais. Primeiro pelo que oferecem defensivamente. Gatito Fernandez, de volta após conviver com lesões nos últimos dois anos, está em boa forma novamente e é um dos melhores goleiros do país. Joel Carli protege a área como poucos e tem grande ascendência sobre os companheiros.

01 - Vitor Silva/SSPress/Botafogo - Vitor Silva/SSPress/Botafogo
Gatito Fernández e Joel Carli, pilares da defesa alvinegra
Imagem: Vitor Silva/SSPress/Botafogo

Um outro ponto importante é a representatividade junto aos torcedores. É muito difícil encontrar algum alvinegro que não confie na dupla e não se sinta representado pela postura dentro e fora de campo. Impõem respeito, conhecem o clube, ajudam na ambientação dos recém-chegados, e mantêm a ordem no vestiário com liderança positiva.

No âmbito tático, eles precisam de uma equipe que não se exponha tanto em determinados aspectos. Gatito não é um arqueiro com grande desenvoltura com a bola nos pés, também não possui velocidade para cobrir as costas da defesa caso ela jogue com a última linha muito adiantada.

Carli é um zagueiro lento. Tem dificuldades em mudanças de direção e demora bastante para alcançar velocidade em distâncias maiores. Por isso precisa atuar num bloco de marcação mais recuado. Neste cenário, apresenta excelente posicionamento, firmeza nos duelos, bola aérea impecável e senso de urgência apurado. Comanda o time de trás como poucos.

O novo treinador do Botafogo precisa entender isso e a busca do clube pode ser pautada também nesta questão. São peças determinantes para que o Glorioso faça uma temporada competitiva. Se afirmar na Série A de forma tranquila é necessário para o sucesso do processo de reconstrução.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL