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Coutinho: O que já deu para entender do Galo de Turco Mohamed
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O Atlético Mineiro tem neste domingo o seu primeiro grande desafio sob comando do argentino Antônio Mohamed. Encara o Flamengo pelo título da Supercopa do Brasil, às 16h, em Cuiabá, e o que veremos em campo é muito próximo daquilo que Cuca deixou em dezembro de 2021. O ''Turco'' entendeu, neste primeiro momento, que não era inteligente fazer grandes mexidas.
Antes que se façam comparações com a mesma proposta de análise do Flamengo, publicada ontem, aqui na coluna, é necessário entender o contexto. Turco recebeu um Galo em crescimento das mãos de Cuca. O Atlético passou a jogar bem e funcionar no segundo semestre de 2021. Conquistou dois títulos que corroboram a continuidade da filosofia de jogo. Totalmente diferente do rubro-negro.
Como antecipei à época da contratação, o Galo foi bem na escolha do argentino. Turco tem propostas muito próximas às principais de Cuca. Equipes verticais, dominantes com a bola e intensas sem ela. E para chegar a isso, vem usando os mesmos artifícios de ocupação de espaços, movimentações e conceitos.
O Galo perdeu um dos titulares. Junior Alonso saiu e deu lugar a Diego Godín. Atletas bem diferentes, mas o uruguaio vem sendo utilizado no mesmo contexto. Terá seu primeiro grande teste no Brasil na tarde deste domingo. As mudanças de fato param por aí.
No provável time titular para a final, apenas a dinâmica entre Guilherme Arana e Keno tem sido diferente com Turco em relação ao que Cuca fazia. Antes lateral atacava mais vezes bem aberto e Keno circulava para o meio ou na direção área. Agora é o contrário que acontece.
Logicamente que inverterão os papeis em alguns momentos, o que aproxima ainda mais as duas realidades, mas a mexida deixa claro a predileção do treinador por Keno com mais condições de enfrentamento individual com o ala ou o lateral rival, enquanto Arana ajuda na articulação e entra na área para finalizar.
O Galo segue tendo Allan mais próximo dos zagueiros em relação a Jair, auxiliando na saída de bola, continua buscando acumular jogadores na faixa central para gerar superioridade no setor da jogada, trocar passes com velocidade e buscar espaços de infiltração na defesa. Liberdade de movimentação a Hulk, criando lacunas muitas vezes atacadas por Zaracho ou Jair.
Mariano dá amplitude ao time pela direita quando a linha por trás de Hulk é formada por Zaracho, Nacho Fernandez e Keno. Mas tem tido um comportamento mais comedido quando Savarino ou Ademir jogam pela direita. Neste segundo caso, Jair ganha ainda mais liberdade de infiltração.
Por ser início de temporada, as transições defensivas não têm sido tão intensas quanto no segundo semestre de 2021, mas em alguns momentos já ficou nítido que este padrão seguirá sendo buscado. Outra coisa que continua é a marcação por encaixes e perseguições dentro do setor, assim como a predominância individual para marcar nas bolas paradas aéreas.
Turco Mohamed pode até trazer novas vertentes ao jogo do Atlético ao longo do ano. Em sua carreira sempre apostou muito nos trabalhos de pivô, por exemplo, algo pouco feito até aqui no Galo. Até o momento, porém, faz a manutenção daquilo que já vinha funcionando, e encurtou caminhos para o seu primeiro troféu.
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