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Coutinho: Millonarios deve buscar a bola para dominar o Fluminense
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O sorteio da 2ª fase prévia da Libertadores 2022 botou o colombiano Millonarios no caminho do Fluminense. Ao contrário do que o nome poderia supor, o clube não vive fase áurea no ponto de vista financeiro, e possui um elenco modesto se comparado ao time brasileiro. Busca ter a posse de bola para controlar os adversários, mas há pontos que o Tricolor pode explorar.
Dominante nos anos 50 e 60 na Colômbia, o clube de Bogotá foi campeão nacional em 15 oportunidades. Está em segundo lugar no ranking de conquistas locais, atrás apenas do Atlético Nacional. Chegou três vezes nas semifinais da Libertadores e possui um título intercontinental, a extinta Copa Merconorte, em 2001.
Na Liga Colombiana Apertura, que teve a sua 8ª rodada neste final de semana, o Millonarios ocupa a terceira colocação. Perdeu apenas uma vez. Na última temporada, foi vice-campeão do Apertura para o Tolima, e ficou em 4º no Clausura.
Chegadas e Saídas
Passando por uma fase de austeridade para recuperar a saúde financeira, o time perdeu peças importantes ao longo de 2021. Mais necessariamente em relação à equipe que terminou a temporada passada, não tem mais o centroavante Fernando Uribe, que não foi bem no Flamengo e no Santos, mas na Colômbia se destaca. Fez 23 gols em 45 jogos no último ano.
Uribe foi para o Junior Barranquilla, mesmo destino do volante Daniel Giraldo, outro que era titular. Mais uma saída sentida foi a do meia Emerson Rodriguez, que foi negociado com o Inter Miami, da MLS. Mojica, meio-campista com bastante assiduidade na equipe, também saiu, foi para o futebol equatoriano.
Para se recuperar das perdas a diretoria do clube se voltou ao mercado local prioritariamente. Para a meta, trouxe o bom goleiro Alvaro Montero, de 26 anos, ex-Tolima. O volante Larry Vasquez traz experiência do Junior Barranquilla, e o meia venezuelano Eduardo Sosa, que se destacou no Jaguares, chega para brigar por vaga no setor.
O atacante Diego Herazo, ex-Independiente de Medellín, foi o alvo inicial para suprir a saída de Uribe. Vem sendo o titular, mas possui características diferentes do ex-centroavante. O venezuelano Richard Celis, ex-Caracas, chegou para reforçar o setor.
O Técnico
''El Embajador'' é treinado pelo experiente Alberto Gamero. O colombiano de 58 anos emenda a sua terceira temporada no clube e conseguiu implementar suas ideias. É oriundo do Tolima, onde foi campeão nacional. Com exceção do primeiro ano de trabalho, Gamero vem colocando o Millonarios entre os principais times do país, sempre chegando na reta final das competições.
Organização Tática
Segunda equipe que mais fica com a bola na Liga Colombiana e recordista em número de passes trocados. Essas duas estatísticas começam a contar de forma eficaz a maneira de jogar do time de Bogotá. Gamero organiza seus atletas para buscar esse tipo de imposição.
As saídas de atletas importantes para 2022, porém, vem mexendo de maneira importante no funcionamento da ideia. Herazo é um atacante de mobilidade, mais rápido e forte que Uribe, mas não possui o mesmo posicionamento na área e a qualidade na finalização. Fez dois gols em sete jogos até aqui, mas ainda busca se adaptar.
Emerson Rodriguez é outro nome que faz falta pelo flanco direito. Fez cinco gols e deu três assistência na última Liga Colombiana. Juntamente com Uribe, integrava o grupo de atletas que mais geraram tentos diretamente. Não tem como a equipe não sentir!
Para formar a linha de três por trás do centroavante, no 4-2-3-1 que costuma escalar, Alberto Gamero tem variado as peças. A unanimidade é o jovem Daniel Ruiz. Com apenas 20 anos, foi peça importante no ano passado e acabou comprado pelo clube.
Canhoto, assumiu a camisa 10 em 2022, mas geralmente atua aberto pela esquerda. É um organizador no setor e faz flutuações dali para as costas dos volantes rivais pelo meio. Pega bem na bola, tem habilidade, e já foi comparado a James Rodriguez no país.
O experiente David Silva, se conseguir se recuperar dos problemas físicos, deve atuar centralizado. É o capitão da equipe e soma-se a Ruiz na organização dos ataques. Sosa, o bom jovem Andrés Gómez, Román, e Guerra, brigam pela vaga no lado direito.
Vasquez e Vega formam uma dupla de volantes com qualidade e paciência para trabalhar a bola. Bertel e Perlaza são laterais agressivos. E Llinas e Juan Vargas dão segurança na defesa. A retaguarda, aliás, vem se apresentando de forma sóbria. Gamero conseguiu minimizar os problemas de transição defensiva e a pouca pegada na marcação vistos em 2021.
A organização ofensiva passa por uma saída de três com um dos volantes infiltrando entre os zagueiros, liberando os laterais, e proporcionando a flutuação dos extremos dos lados para o meio. Ocupar os espaços desta forma é a proposta dos colombianos. Se aproximam e trocam muitos passes como forma de controlar o jogo pelo meio.
Para serem efetivos diante de uma defesa que vem se mostrando forte, como a do Fluminense, terão que superar os problemas de terminação das jogadas já citados acima, bem como achar soluções para recuperar o poder de fogo visto com atletas que já não estão mais no elenco.
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